sexta-feira, janeiro 16, 2009

MANUAL TREINAMENTO DE USO EPI PARA A FACE

USO

A Norma Regulamentadora NR – 6 determina que os EPI’s sejam fornecidos gratuitamente ao empregado, cabendo a este responsabilizar-se pela guarda e conservação dos equipamentos que lhe foram confiados. Determina ainda que, além do fornecimento gratuito do equipamento adequado a cada atividade, o empregador deve treinar o empregado na utilização do EPI, tornar obrigatório seu uso e substituí-lo, imediatamente, quando houver sinais de danificação ou ocorrer extravio. Para tanto, cumpre ao SESMT, à CIPA e ou ao responsável pela Segurança e Medicina do Trabalho na empresa realizar, periodicamente, inspeções dos EPI’s em utilização, afim de providenciar as substituições necessárias.
O treinamento para uso dos EPI’s é uma tarefa delicada, especialmente quando o equipamento exige treinamento específico, para evitar que o mau uso, a falta de treinamento ou falta de conservação do EPI possa resultar em acidentes fatais.
No uso adequado dos EPI’s, deve-se considerar os seguintes aspectos:
 Ordem Técnica: consiste em determinar a necessidade do uso do EPI e selecionar o tipo adequado ao risco que o trabalhador fica exposto;
 Treinamento: a obrigatoriedade de serem ministradas instruções práticas, a fim de que o EPI seja corretamente usado;
 Psicológico: consiste em preparar psicologicamente o empregado para que os EPI’s sejam aceitos espontaneamente como um elemento de proteção de sua saúde e integridade física e não, apenas, como um objeto cujo uso resulta da imposição do empregador.Cabe aos integrantes do SESMT ou ao Técnico em Segurança no Trabalho buscar uma maneira adequada de conscientizar os empregados quanto à necessidade e ao uso correto dos EPI’s.
Esses equipamentos têm como finalidade dar proteção à face a ao pescoço contra o impacto de partículas colantes e respingos de líquidos, bem como contra o ofuscamento e calor radiante. São constituídos, essencialmente, por um anteparo específico, articulado a uma suspensão ajustável.
Os protetores faciais são usados, principalmente, em:
 Operações em madeira, saltam lascas e partículas;
 Operações de usinagem, que geram partículas volantes;
 Operações de brunimento, polimento, limpeza com escova de arame e esmerilhamento
 Solda a ponto;
 Manuseio de materiais quentes ou corrosivos;
 Proteger a face contra impactos de partículas volantes;
 Proteger a face contra respingos de produtos químicos;
 Proteger a face contra a radiação infra-vermelha;
 Proteger a face contra o excesso de calor e luminosidade

TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DA FACE

 Visor plástico incolor ou com tonalidade: protege o rosto contra impactos de corpos sólidos volantes e respingos de produtos químicos e de metais fundentes. Na proteção contra radiações luminosas, são utilizados visores com tonalidades. A viseira deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a cabeça do trabalhador, mas também deve ficar um pouco afastada do rosto para não embaçar;

 Visor com tela: usado na proteção contra impactos e calor radiante. Evita o inconveniente dos embaçamentos provocados pela ação do calor e transpiração do usuário. Em operações em elevadas temperaturas que exijam maior visão e ventilação, no anteparo de tela poderá existir uma janela de plástico transparente ou vidro;

 Máscara para soldador:para as operações de soldagem são utilizadas máscaras de soldador, que proporcionam proteção contra:
 Proteção ocular, da face, das orelhas e do pescoço contra a energia radiante intensa proveniente da soldagem a arco e a gás;
 Proteção de segurança contra impactos de partículas volantes:
 Proteção contra radiação utra-violeta e infra-vermelha;
 Proteção contra luminosidade intensa.
Esse tipo de EPI é fabricado em diversos materiais: fibra de vidro, celeron ou materiais similares, que vedem totalmente a passagem da luz, com visor fixo ou articulado.As máscaras para soldador são dos tipos com suspensão ou manual, e devem atender aos seguintes requisitos:
 Possuírem um visor fixo ou articulado, comportando filtro de luz e seu protetor, permitindo a visão do objeto a ser soldado e simultaneamente impedindo que a radiação atinja os olhos;
 A máscara de suspensão deve ser equipada com suspensão ajustável, constituída de coroa e carneira, em material plástico ou similar, indeformável, atóxico, não irritante, de fácil substituição e perfeitamente higienizável;
 O corpo da máscara deve ser de fibra vulcanizada ou material similar, resistente ao calor, às chamas, impermeável às radiações invisíveis (ultra violeta e infravermelho) e higienizável. Todas as partes metálicas devem ser devidamente isoladas da superfície interna;
 O peso da máscara, excluídos o filtro de luz e vidro ou plástico protetor, não deve ultrapassar 680 g;
 A armação deve permitir a substituição do filtro de luz e seu protetor, com faciidade e sem danificar as lentes. O visor deve ser projetado de modo que o filtro de luz não fique a menos de 50,8 mm dos olhos do usuário;
 O filtro de luz não deve ter menos que 2 mm e nem mais de 3,8 mm de espessura;
As máscaras para soldadores requerem filtros escuros especiais numerados conforme tabela 1 da Escala DIN de acordo com o tipo de trabalho a que se destinam.
Os novos equipamentos de soldagem utilizam filtros de escurecimento automático, de tonalidade fixa ou variável (9 a 12).. São máscaras sem articulação, cujas lentes mudam, automaticamente, do estado claro para o escuro numa fração de segundo. Podem possuir sistemas de ventilação e de proteção respiratória, tornando os trabalhos de solda mais seguros e confortáveis.

Tabela 1 – Filtros indicados para trabalhos de soldagem



INOVACÕES TECNOLÓGICAS
 Kit protetor facial MAS – 200
Foi desenvolvido para uso em conjunto com o Boné V Gard Slot, o que proporciona ao usuário proteção à face nos trabalhos com esmeril, serras, executados em áreas químicas e outras aplicações industriais, onde estilhaços e respingos químicos. O conjunto de Protetor Facial consiste em: suporte da lente plástico, lente em policarbonato com índice de 98% de translucidez.Quando não estiver em uso o mesmo poderá ser deixado virado para cima, na posição de descanso.
 Adaptador para solda Clip On
Pode ser facilmente acoplado às peças faciais Panoramica ( Utravue) ou UltraTwin, permitindo ao usuário realizar a soldagem, obtendo proteção respiratória e proteção visual, combinando praticidade e eficiência a impactos e respingos de solda. Confeccionado em policarbonato, oferecendo alta resistência, as lentes possuem ampla área de visão (114 mm x 133 mm), permitindo ótima condição de trabalho e os filtros de luz para proteção contra radiações em duas tonalidades (10 e 12).
 Proteção aos olhos, face e cabeça
Muitos respiradores de pressão positiva (motorizados ou linha de ar comprimido) são equipados com capuz ou capacetes para oferecer proteção conjunta. Essa característica tem se tornado um benefício muito atrativo às empresas, uma vez que, tendo esses EPI’s em um mesmo equipamento, o usuário fica protegido contra os riscos aos quais ele está exposto. Nestes casos, não dá para o funcionário usar somente o respirador e não usar o óculos, por exemplo. Assim, os níveis de acidentes aos olhos, face e cabeça diminuem drasticamente.
Uma pesquisa que levou 10 anos para ser concluída nos EUA mostrou que os acidentes com olhos em operações de lixamento e desbastes foram reduzidos em 90% quando os empregados utilizavam respiradores de pressão positiva tipo capacete com proteção facial, eliminando o uso, em separado, de respiradores, óculos de segurança, capacetes e viseiras.
Ex: Um fabricante de caminhões viu que os índices de acidentes com os olhos serem reduzidos a zero depois da instalação de respiradores de linha de ar comprimido em suas cabines de pintura.
Ex: Em uma indústria farmacêutica ocorre o mesmo, relata Renato “o usuário pára menos durante o processo de produção, pois não necessita de ajustes do respirador ou dos óculos devido ao suor. Para os funcionários desta indústria não é incômodo trabalhar com respirador de pressão positiva”.

HIGIENIZAÇÃO E MANUTENÇÃO
A verificação do estado geral dos EPI’s em uso pelos empregados, sua higienização e manutenção devem ser realizadas por pessoas habilitadas, visto que um procedimento incorreto poderá danificar e inutilizar os equipamentos. A manutenção feita por pessoas não qualificada poderá ser tida como correta e, na verdade, o equipamento não estará oferecendo a proteção adequada ao usuário.
O usuário deve entender que um EPI, fabricado para dar proteção na execução de certa atividade, não atuará com a mesma eficiência em uma situação diferente, e que cada um deve ter seus próprio equipamento, não sendo conveniente dividi-lo com seu companheiro.

GUARDA
A guarda e conservação dos EPI’s são de responsabilidade do usu’rio ou empregado; todavia, é imprescindível que ele saiba as razões que o obrigam a usar os equipamentos e passe a ter consciência de sua importância e necessidade para a preservação da própria saúde e integridade física. Assim conscientizado, o empregado ou usuário passará a encarar os EPI’s não como uma simples imposição do empregador, mas como objetos indispensáveis à sua vida, e dispensará mais cuidados a sua graúda e conservação.

CONSERVAÇÃO
Os principais cuidados quanto à conservação dos EPI’s variam de acordo com os materiais de que são fabricados, conforme alguns exemplo a seguir:
 Protetores Faciais : diariamente, após o uso, no final da jornada, quando manchado pela respiração (suor), devem ser lavados com água e sabão neutro e colocados a secar em local limpo e ventilado. Jamais deverão ser guardados sujos, úmidos ou manchados de suor ou respingos.
 Respiradores e máscaras: a conservação desses equipamentos devera ser feita do seguinte modo: desmontar o respirado, limpas e desinfetar a máscara e o tubo de respiração com o produto indicado pelo fabricante do equipamento, secá-los ao ar, em lugar limpo, montá0los e armazená-los em local limpo e seco.
 Troca de usuário: ao trocar de usuário, o EPI deverá ser previamente limpo, higienizado, desinfetado , descontaminado e está em condições de uso, ou seja, se não está danificado ou expirou o prazo de validade do equipamento.

SUBSTITUIÇÃO DE EPI’s
O fornecimento do EPI ao empregado, ainda que obrigatório e gratuito, deverá ser feito mediante o preenchimento de uma “Ficha de Controle” sob a supervisão de um Técnico responsável pela Segurança e Medicina do Trabalho. Quando se fizer necessário a troca de equipamento com defeito ou danificado que este seja devidamente examinado, a fim de verificar se não apresenta condições de uso, o que evitará prejuízo para a empresa, caso a substituição não tenha sido bem avaliada pelo Técnico. Existem equipamentos que podem ser substituídos por partes, evitando assim a necessidade de trocá-lo por completo.
O controle do equipamento,desde seu fornecimento, sua substituição e manutenção periódica, é muito importante porque permite à empresa avaliar a durabilidade dos EPI’s, recuperar equipamentos e controlar seu estoque. É imprescindível que a cada troca ou fornecimento de EPI preencha-se uma ficha de controle, com rubrica do empregado, acusando o recebimento ou a troca do mesmo, sendo isso uma prova de que o empregador forneceu EPI’s, o que pode ser necessário e muito útil no caso de fiscalização pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ou mesmo quando ocorrer uma perícia judicial na empresa, onde o empregador pode comprovar o fornecimento dos equipamentos de proteção individual a seus empregados.

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