segunda-feira, novembro 10, 2008

Treinamento para transporte com Talha

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sábado, novembro 08, 2008

ANALISE DE RISCO DO TRABALHO



É um método sistemático de análise e avaliação de todas as etapas e elementos de um
determinado trabalho para:
• desenvolver e racionalizar toda a sequência de operações que o trabalhador executa;
• identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais;
• identificar e corrigir problemas de produtividade;
• implementar a maneira correta para execução de cada etapa do trabalho com segurança.
Cria uma base para um desenvolvimento adequado do trabalho levando a um produto que
atinge os requisitos de qualidade exigido pelo cliente.
Cria uma base para um custo efetivo de produção do produto através do direcionamento do
empregado para técnicas sabidamente corretas (testadas e aprovadas).
Envolve totalmente empregados, supervisores, chefes e profissionais de segurança no
desenvolvimento de praticas seguras de trabalho, criando novas motivações, eliminado o
desinteresse.
A ART bem implementada torna os trabalhadores mais participativos com:
• novas sugestões;
• alertas acerca de outros riscos;
• certeza de que o programa de segurança é confiável e efetivo.
A analise de risco de trabalho, como uma técnica de solução de problemas, pode ajudar-nos a:
• identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleção de equipamentos ou na elaboração do layout do local de trabalho.
• encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no produto produzido ou etapas do processo.
• avaliar possíveis maneiras para prevenir acidentes, paradas de produção, deficiências na qualidade e reduções no valor do produto.
• conhecer técnicas ocultas de produtividade e qualidade praticadas por operadores.
• identificar abusos cometidos no processo produtivo, de qualidade e segurança cometidos por empregados;
• usar todas as informações disponíveis em treinamento para empregados novos, transferidos.
PORQUE ELABORAR ANALISES DE RISCO DE TRABALHO?
• para a empresa ser economicamente saudável, devemos ser eficientes.
• para fazermos as coisas da maneira correta, sem erro, na primeira vez.
• para termos um aproveitamento total das pessoas, equipamentos e do local de trabalho.
• para proteger os empregados e ter o local de trabalho livre de riscos desconhecidos.
• para preservar nossos empregos.
Resumindo, uma ART é uma maneira sistemática para o reconhecimento de:
• exposições a riscos ou acidentes.
• possíveis problemas e incluindo produção, qualidade ou desperdício.
• desenvolver maneiras corretas para realização das tarefas de formas que atos inseguros, condições inseguras, acidentes, falhas, retrabalhos e desperdícios não ocorram.
• fazer da maneira certa sem perdas de qualquer espécie.
II - ELABORAÇÃO

Esclareça que a ART é apenas quanto a tarefa em si, não colocando em jogo o desempenho
de trabalho do empregado.
Uma vez que uma tarefa tenha sido escolhida para análise, explique ao trabalhador o propósito da ART e discuta o processo de trabalho com o empregado que desempenha a tarefa.
Todas as atividades deverão ser analisadas nos seus detalhes, porém deve-se ter como critério básico para a análise os seguintes fatores:
• Análise do processo.
• Atividades que poderão gerar lesões, esmagamento, cortes, queimaduras, decepamentos de membros, etc., ou até a morte.
• Atividades que geram acidentes com frequência.
• Atividades com produtos químicos.
• Riscos ergonômicos.
• Arrumação e limpeza
• Uso de equipamentos de proteção individual.
• Treinamentos.
• Outros.
III - ETAPAS DO TRABALHO

1. Envolva o empregado em todas as fases da análise; desde a discussão de qual é a melhor maneira para execução de cada passo da tarefa até a discussão de riscos em potencial e soluções recomendadas.
2. Observe atentamente os detalhes do trabalho antes de iniciar a análise.
3. Divida o trabalho discriminando suas etapas básicas. O que é feito primeiro, o que é feito em seguida e o que é feito depois e como fazer corretamente.
Você pode fazer isto:

1. Observando atenta e detalhadamente todos as operações do trabalho.
2. Conversando com o operador sobre sua experiência no desempenho da função.
3. Esboçando seu conhecimento do trabalho observado.
Descreva as etapas na sua ordem normal de ocorrência. O que realmente é feito, não os detalhes de como é feito.


RISCOS DE ACIDENTES

Estude cada etapa de um trabalho separadamente. Pergunte a você mesmo que acidente
poderia acontecer em cada etapa de trabalho. Você poderá responder:

1. Observando o trabalho
2. conversando com o operador
3. Analisando acidentes ocorridos.
Quando você analisar cada etapa de um trabalho deverá dar atenção aos seguintes agentes que causam acidentes:
Posicionamento - trabalhos em máquinas cujo ponto de operação permite a introdução de dedos ou da mão.
Choque elétrico - Fios expostos, principalmente se o trabalho esta relacionado com eletricidade.
Produtos químicos - contato permanente ou não com qualquer destes produtos.
Fogo - cortando ou soldando em locais impróprios, riscos de vazamentos ou derramamentos de produtos inflamáveis que possibilitem fogo pela natureza da atividade ou do ambiente.
1 - Área de trabalho
• Pisos e passagens - irregulares, obstruídas, escorregadias, com saliência ou buracos.
• Arrumação ou limpeza inadequada.
• Falta de espaço.
• Pilhas inseguras ou materiais sobre a cabeça.
• Exposição a poeiras, fumos e substâncias químicas.
2 – Materiais
Pesados - de difícil manejo, cortante, quente, corrosivo, tóxico, inflamável, perfurante.
3 - Máquinas ou equipamentos
• Partes móveis, correias, correntes, engrenagens e roldanas desprotegidos.
• Pontos de operação que permitem o acesso do operador.
4 - Ferramentas
• Adaptadas, falta de manutenção, inadequadas ao trabalho, gastas, usadas de formas incorretas.
5 - Equipamento de Proteção Individual (E.P.I)
• Inadequado ao trabalho, usado incorretamente, falta do E.P.I.
6 – Ergonomia
• Postura incorreta, repetitividade de movimentos, levantamento de peso, monotonia,
7 - Outros riscos de acidentes:
• Brincadeira em local de trabalho
• Falta de treinamento do operador
• Layout inadequado
• Fazer reparos em máquinas ou equipamentos em movimento.
• Falta de planejamento de uma atividade.
• Transferência de funcionários de um setor para outro.
PROCEDIMENTOS CORRETOS

Para cada trabalho analisado, pergunte a você mesmo: qual é o melhor procedimento para que o operador execute sua função sem erros e sem riscos e com qualidade?
Você poderá responder:
• Observando melhor a sequência do trabalho.
• Discutindo com o operador ou com outros trabalhadores mais experientes na função.
• Aplicando todo seu conhecimento e experiência.
• Pesquisando algum acidente ocorrido na atividade para reforçar sua conclusão.
Seja claro ao estabelecer os procedimentos para execução da tarefa, não procure sofisticação, mas processos rápidos, simples, racionais e eficientes.
Nos procedimentos que o operador deverá seguir, não omita nenhum detalhes da atividade, do maquinário, de ferramentas, de postura, do próprio processo, de saúde, etc.
Ao orientar o trabalhador quanto ao procedimento correto e cuidados ao ter ao efetuar a operação, evite generalizar frases como "seja cauteloso", "esteja atento", "tome cuidado", etc.
Exemplo: Use luvas de raspa ao invés de "Tomar Cuidado" com a chapa metálica, devido ela ser
cortante.
VI - REVISÃO

Após você ter elaborado seu rascunho da ART usando o anexo I, revise-a:

• Revise, na prática, cada etapa do trabalho elaborado para ver se as sequências das operações, os riscos e os procedimentos para execução das tarefas e segurança estão corretos ou podem ser melhorados na sua eficiência, qualidade do trabalho, sem comprometer a segurança;
• Encontrar uma nova maneira de fazer o trabalho a fim melhorar a produtividade e de eliminar os desperdícios, melhorando as etapas do processo ou modificando sua sequência, ou se forem necessários modificando equipamentos e precauções de segurança e saúde para eliminar ou reduzir os riscos;
• Modificar as condições físicas e ambientais que geram os riscos de acidentes, tais como ferramentas, materiais, equipamento, layout, produtos, matérias primas e meio ambiente.
• Eliminar riscos presentes modificando o procedimento de trabalho.
• Descreva exatamente o que o empregado precisa saber a fim desempenhar a tarefa utilizando-se deste novo método.
• Reveja todo o processo com os empregados que executam as tarefas. Anote suas idéias sobre o processo, os riscos, e os melhores procedimentos adotados para executar as operações.
• Assegure-se de que os empregados entenderam o propósito da ART e as razões para as modificações no procedimento de seu trabalho.
• Encaminhe para os gerentes, chefes e supervisores dos setores envolvidos as análises de risco elaboradas para conhecimento e aprovação.
VII – IMPLEMENTAÇÃO

A aprovação final para a Análise de Risco do Trabalho deve ser dada somente após revisada pelo gerente, chefe, supervisor, empregado e outros responsáveis pela designação do procedimento de trabalho.

Para implementar a Analise de Risco do Trabalho aprovada, o supervisor deve treinar aos empregados envolvidos.

• A Análise de Risco do Trabalho deve ser revisada periodicamente com os empregados envolvidos de forma que estes saibam como deve ser executado o trabalho sem qualquer tipo de acidentes.

• A qualquer tempo que a Análise de Risco de Trabalho venha a ser revisada, deve ser providenciado treinamento dos novos métodos de trabalho ou medidas protetoras para todos os empregados afetados pela mudança.

• A Análise de Risco de Trabalho também deve ser utilizada para treinar novos empregados quanto ao processo produtivo e prevenção de acidentes.

• Documente o envolvimento de todos os participantes ao encerrar o treinamento.
• Coloque uma cópia da análise, quanto o trabalho for em máquinas, próximo do
operador para consultas ou fiscalizações.

• Encaminhe uma cópia da análise de risco do trabalho e o documento assinado por cada trabalhador treinado para ser arquivado em seu departamento, ao setor de segurança do trabalho em seus respectivos prontuários, no departamento pessoal.

• A análise deverá ser revista sempre que ocorrer alterações no processo, no maquinário, layout ou equipamento.

FORMULÁRIO

EMPRESA ANALISE DE RISCO DO TRABALHO

Departamento: Setor: ART n.º : Data:

Nome do Trabalho: Cargo do empregado:

Equipamentos de Proteção Individual usado:

Equipamento de Proteção Coletiva Existente:

ETAPAS DO TRABALHO / RISCOS DE ACIDENTES / PROCEDIMENTOS CORRETOS
______________________/______________________/___________________________
______________________/______________________/___________________________
______________________/______________________/___________________________

sexta-feira, novembro 07, 2008

Normas de Higiene Ocupacional

Click no titulo para efetuar o download das normas de higiene OcupacionalNormas de Higiene Ocupacional NHO 01 -
Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído
A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO publicou, em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas Normas de Higiene do Trabalho – NHT, hoje designadas Normas de Higiene Ocupacional – NHO. Desta forma apresenta-se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a norma Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído, resultado do reestudo da equipe técnica da Coordenação de Higiene do Trabalho.



NHO 02 - Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Análise Qualitativa da Fração Volátil (vapores Orgânicos) Em Colas, Tintas e Vernizes Por Cromatografia Gasosa / Detector de Ionização de Chama
A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO publicou, em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas Normas de Higiene do Trabalho – NHT, hoje designadas Normas de Higiene Ocupacional – NHO. Desta forma apresenta-se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a NHO nº 2 Análise Qualitativa de fração volátil (vapores orgânicos)em colas, tintas e vernizes por cromatografia gasosa / Detector de ionização de chama, que aborda aspectos do resultado do reestudo da Coordenação de Higiene do Trabalho.



NHO 03 - Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados Sobre Filtros e Membrana
O método de ensaio "Determinação Gravimétrica de Aerodispersóides" foi desenvolvido por técnicos do Laboratório de Microscopia, Gravimetria e Difratometria de Raios-X da Fundacentro, e publicado em 1989 na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional nº 66 Vol. 17.
Após 10 anos de publicação e 12 anos de aplicação prática, novos conceitos e modificações foram introduzidos para seu aperfeiçoamento, tornando-o mais eficiente.



NHO 04 - Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Método de Coleta e a Análise de Fibras Em Locais de Trabalho
A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO, por meio do Projeto Difusão de Informações em Higiene do Trabalho 1998/1999, vem elaborando a série de normas técnicas denominadas Normas de Higiene Ocupacional.
A avaliação ambiental nos locais de trabalho é uma medida preventiva importante, uma vez que pode indicar se determinadas condições de trabalho trarão prejuízos ou não à saúde dos trabalhadores, especialmente quando as doenças causadas pelo trabalho manifestam-se somente após longo tempo de latência, como é o caso das doenças originadas pela maioria das fibras.



NHO 05 - Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia
A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO publicou, em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas Normas de Higiene do Trabalho – NHT, hoje designadas Normas de Higiene Ocupacional – NHO. Desta forma apresenta-se aos profissionais que atuam na área de higiene ocupacional a NHO 05: Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia, resultado da experiência obtida em vários levantamentos radiométricos realizados em diversos serviços de saúde do Estado de São Paulo.



NHO 06 - Norma de Higiene Ocupacional Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor
Diante do processo dinâmico na evolução das técnicas de identificação, avaliação e controle dos riscos ambientais, e considerando também o desenvolvimento tecnológico, a revisão dessas normas é de fundamental importância. Dessa forma, apresentamos aos profissionais que atuam na área de Higiene Ocupacional a NHO 06 - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor, resultado da experiência e da vivência profissional de seus autores, complementadas pelos estudos e consultas feitas em documentação técnica nacional e internacional, devidamente referenciadas no Item 8 da Norma, "Referências Bibliográficas".



NHO 07 - Normas de Higiene Ocupacional
Em face do processo dinâmico das técnicas de identificação, avaliação e controle dos agentes ambientais de risco, e considerando o desenvolvimento tecnológico, a revisão técnica destas normas faz-se necessária. Dando continuidade a esse processo de revisão, apresenta-se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a NHO 07, Calibração de Bombas de AMostragem Individual pelo Método da Bolha de Sabão, que aborda aspectos de novas tecnologias e conhecimentos disponíveis, gerados pela Coordenação de Higiene do Trabalho.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Prevenção de Acidentes com GLP

Manusear botijões de gás com cuidado, evitando que caiam ou sofram pancadas.
Os botijões devem ser guardados em locais bem limpos, ventilados, livres de óleo e graxa, protegidos contra chuva, sol e outras fontes de calor.
Botijões de gás domésticos não devem ficar juntos do fogão, mas fora de casa e conectados com tubulações metálicas.
Caso o gás esteja instalado dentro de casa e ele vier a vazar, não risque fósforo e não acenda ou apague as luzes. Chame o Corpo de Bombeiros e se possível retire o botijão da sua casa. Abra as portas e janelas, corte a energia no relógio e fique longe do local onde o gás está vazando.
Ao instalar um novo botijão use espume de sabão para testar se há vazamentos, jamais use fogo para tal propósito, mas lembre-se: o sabão não deve ser usado para vedar vazamentos.
Ao acender um forno de fogão risque o fósforo primeiro, e em seguida abra o gás.
Se a casa ficar desocupada por um período prolongado, feche o registro de gás.

REGRAS DE SEGURANÇA PARA EVITAR ACIDENTES COM CHAVE INGLESA:

01 - Use sempre as chaves inglesas que tenham as mandíbulas em boas condições e que sejam do tipo certo e tamanho próprio para o serviço;

02 - Nunca use calço entre a chave e a peça a ser rosqueada;

03 - Não use a chave como martelo;

04 - Não prolongue, por meio de tubos, o tamanho do cabo da chave;

05 - Ajuste bem a abertura da chave inglesa às porcas ou parafusos que deseje apertar ou afrouxar: Aperte bem, antes de aplicar força na chave;

06 - Sempre coloque a chave na porca ou parafuso, a fim de puxar o cabo. As mandíbulas tendem a envolver mais a porca ou parafuso;

07 - Puxar uma chave inglesa é mais seguro do que empurra-la;

08 - Lubrifique periodicamente o fecho da abertura corrediça das chaves inglesas.

TRABALHOS DE SOLDAGEM

Trabalhos de soldagem geram uma série de riscos à saúde e às instalações da empresa e requerem métodos e proteções adequados.
A solda elétrica gera radiações não ionizantes conhecidas como infravermelho e ultravioleta, essas radiações causam desde simples aquecimento até sérias queimaduras, principalmente nos olhos. Por este motivo é que o soldador e seu ajudante devem proteger-se adequadamente usando:
• Blusão e luvas confeccionadas em raspa de couro;
• Gorro de algodão(para o couro cabeludo);
• Botina de couro;
• Óculos de proteção contra impacto(lentes transparentes) sob a máscara de solda(inclusive o ajudante), lentes escuras filtrantes de tonalidades adequadas para o ajudante, conforme o tipo de soldagem a ser feita. As mãos na frente dos olhos não evitarão as queimaduras pelas radiações da solda.Dependendo do tipo de solda, do metal que se está soldando e das condições ambientais, há a geração de uma série de riscos para a sua respiração, tais como: gases nitrosos, poeiras em suspensão, ozona, fumos metálicos, etc. Por este motivo as seguintes precauções devem ser tomadas:
• Em ambiente confinados, use proteção respiratória adequada;
• Providencie uma boa ventilação e exaustão para evitar a inalação de gases, vapores e fumos perigosos;
• Antes de iniciar soldas em locais que tenham gases, vapores e produtos perigosos, solicite avaliação de explosividade e/ou concentração de contaminantes;
• Nunca inicie soldas próximo de inflamáveis, combustíveis, pinturas, sem esquema de prevenção(afastar ou cobrir os combustíveis, instalar proteção d'água tipo neblina, definir a prioridade de tarefas, etc.);
• Proteja-se com os EPI's indicados e em caso de corte a carvão adote proteção coletiva que segregue a projeção de material em fusão;
• Mantenha sempre um extintor de incêndio junto aos trabalhos de soldagem;
• Mesmo após ter concluído trabalhos de soldagem, faça uma inspeção criteriosa para ver se tudo ficou em ordem, senão há risco de princípio de incêndio.
"Lembre-se, atividades com solda são muito freqüentes no nosso dia a dia, então, adote todas as ações necessárias para um trabalho com normalidade."

Drogas - O que são Drogas Psicotrópicas

Todo mundo já tem uma idéia do significado da palavra droga. Em linguagem comum, de todo o dia ("Ah, mas que droga", ou "logo agora, droga..." ou ainda, "esta droga não vale nada!") droga tem um significado de coisa ruim, sem qualidade. Já em linguagem médica, droga é quase sinônimo de medicamento. Dá até para pensar porque uma palavra designada para apontar uma coisa boa (medicamento; afinal este serve para curar doenças), na boca do povo tem um significado tão diferente. O termo droga teve origem na palavra droog (holandês antigo) que significa folha seca; isto porque antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais. Atualmente, a medicina define droga como sendo: qualquer substância que é capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento.

Por exemplo, uma substância ingerida contrai os vasos sangüíneos (modifica a função) e a pessoa passa a ter um aumento de pressão arterial (mudança na fisiologia). Outro exemplo, uma substância faz com que as células do nosso cérebro (os chamados neurônios) fiquem mais ativas, "disparem" mais (modificam a função) e como conseqüência a pessoa fica mais acordada, perdendo o sono (mudança comportamental).

Mais complicada é a seguinte palavra: psicotrópico. Percebe-se claramente que ela é composta de duas outras: psico e trópico. Psico é fácil de se entender, pois é uma palavrinha grega que significa nosso psiquismo (o que sentimos, fazemos e pensamos, enfim o que cada um é). Mas trópico não é, como alguns podem pensar, referente a trópicos, clima tropical e, portanto, nada tem a ver com uso de drogas na praia! A palavra trópico aqui relaciona-se com o termo tropismo que significa ter atração por. Então psicotrópico significa atração pelo psiquismo e drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, alterando de alguma maneira o nosso psiquismo.

Mas estas alterações do nosso psiquismo não são sempre no mesmo sentido e direção. Obviamente elas dependerão do tipo de droga psicotrópica que foi ingerida. E quais são estes tipos?

Um primeiro grupo é aquele de drogas que diminuem a atividade do nosso cérebro, ou seja, deprimem o funcionamento do mesmo, o que significa dizer que a pessoa que faz uso desse tipo de droga fica "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas. Por isso estas drogas são chamadas de Depressoras da Atividade do Sistema Nervoso Central (SNC - sistema nervoso central é a parte que fica dentro da caixa craniana; o cérebro é o principal órgão deste sistema. Num segundo grupo de drogas psicotrópicas estão aquelas que atuam por aumentar a atividade do nosso cérebro, ou seja, estimulam o funcionamento fazendo com a pessoa que se utiliza dessas drogas fique "ligada", "elétrica", sem sono. Por isso essas drogas recebem a denominação de Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central. Finalmente, há um terceiro grupo, constituído por aquelas drogas que agem modificando qualitativamente a atividade do nosso cérebro; não se trata, portanto, de mudanças quantitativas como de aumentar ou diminuir a atividade cerebral. Aqui a mudança é de qualidade! O cérebro passa a funcionar fora do seu normal, e a pessoa fica com a mente perturbada. Por esta razão este terceiro grupo de drogas recebe o nome de Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central.

Resumindo, então, as drogas psicotrópicas podem ser classificadas em três grupos, de acordo com a atividade que exercem junto ao nosso cérebro:

1. Depressores da Atividade do SNC;

2. Estimulantes da Atividade do SNC;

3. Perturbadores da Atividade do SNC.

Esta é uma classificação feita por cientistas franceses e tem a grande vantagem de não complicar as coisas com a utilização de palavras difíceis, como geralmente acontecem em medicina. Mas se alguém achar que palavras complicadas, de origem grega ou latina tornam a coisa mais séria ou científica (o que é uma grande besteira) abaixo estão algumas palavras sinônimas:

1. Depressores - podem também ser chamadas de psicolépticos;

2. Estimulantes - recebem também o nome de psicoanalépticos, noanalépticos, timolépticos, etc;

3. Perturbadores ou psicoticomiméticos, psicodélicos, aluginógenos, psicometamórficos, etc.

As principais drogas psicotrópicas, e que são usadas de maneira abusiva, de acordo com a classificação mencionada aqui, estão relacionadas abaixo:

Depressores da Atividade do SNC

- Álcool;

- Soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono): barbitúricos, alguns benzodiazepínicos;

- Ansiolíticos (acalmam; inibem a ansiedade). As principais drogas pertencentes a essa classificação são os benzodiazepínicos. Ex.: diazepam, lorazepam, etc;

- Opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência). Ex.: morfina, heróina, codeína, meperidina, etc;

- Inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores, etc.).

Estimulantes da Atividade do SNC

- Anorexígenos (diminuem a fome). Principais drogas pertencentes a essa classificação são as anfetaminas. Ex. dietilpropriona, femproporex, etc;

- Cocaína.

Perturbadores da Atividade do SNC

- de origem vegetal:

 mescalina (do cacto mexicano)

 THC (da maconha)

 psilocibina (de certos cogumelos)

 lírio (trombeteira, zabumba ou saia branca)

- de origem sintética:

 LSD-25

 "Êxtase"

 anticolinérgicos (Artane®, Bentyl®)

Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

Ginástica Laboral - Principais Benefícios

Fisiológicos

Possibilita melhor utilização das estruturas osteo-mio-articulares, como maior eficiência e menor gasto energético por movimento especifico

Promove o combate e prevenção das doenças profissionais

Promove o combate e prevenção do sedentarismo, estresse, depressão, ansiedade...

Melhora da flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade e a resistência, promovendo uma maior mobilidade e melhor postura

Promove a sensação de disposição e bem estar para a jornada de trabalho

Redução da sensação de fadiga no final da jornada

Contribui para a promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador

Propicia através da realização dos exercícios características preparatórias, compensatórias e relaxantes no corpo humano

Bem como os principais benefícios fisiológico relacionados ao exercício sobre o sistemas cardíaco, respiratório, esquelético, entre outros bem documentados nas evidências científicas

Psicológicos

Motivação por novas rotinas

Melhora do equilíbrio biopsicológico

Melhora da auto-estima e da auto-imagem

Desenvolvimento da consciência corporal

Combate as tensões emocionais

Melhora da atenção e concentração as atividades desempenhadas

Sociais

Favorece o relacionamento social e trabalho em equipe

Melhoria das relações interpessoais

Empresarias

Redução dos gasto com afastamento e substituição de pessoal

Diminuição de queixas, afastamentos médicos, acidente e lesões

Melhoria da imagem da instituição junto aos empregados e a sociedade

Maior produtividade

Dicas de Ergonomia



1 - De Olho no Conforto Visual! - Para garantir o conforto visual, mantenha seu monitor entre 45 e 70 cm de distância e regule sua altura no máximo, até sua linha de visão (Veja fig. acima). Isto pode ser feito através de um suporte de monitor, ou pela ulilização de mesas dinâmicas. Sempre que possível procure "descansar" a vista, olhando para objetos (quadros, plantas, aquários, etc...) e paisagens a mais de 6 metros.

2 - Punho Neutro é fundamental! - Assim como a altura do monitor, a do teclado também deve poder ser regulável. Ajuste-a até que fique no nível da altura dos seus cotovelos. Durante a digitação é importante que o punho fique neutro (reto) como na figura acima. Mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e digite com os braços suspensos ou use um apoio de punho!

3 - Pés bem apoiados! - É importante que as pessoas possam trabalhar com os pés no chão. As cadeiras devem portanto, possuir regulagens compatíveis com as da população em questão. Para o Brasil, o ideal seriam cadeiras com regulagem de altura a partir de 36 cm. Quando a cadeira não permite que a pessoa apoie os pés no chão, a solução é adotar um apoio para os pés, que serve para relaxar a musculatura e para melhorar a circulação sanguínea nos membros inferiores.

4 - Dê um descanso para as costas! - Com excessão de algumas atividades, as cadeiras devem possuir espaldar (encosto) de tamanho médio. Uma maior superfície de apoio, garante uma melhor distribuição do peso corporal, e um melhor relaxamento da musculatura. É recomendável ainda, que as cadeiras não tenham braços (o apoio deve estar nas mesas, para garantir um apoio correto) e o revestimento deve ser macio e com forração em tecido rugoso.

Dicas Gerais
A - Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas e o monitor deve possuir uma tela anti-reflexiva. Evite posicionar o computador perto de janelas e use luminárias com proteção adequada.

B - Cores - Equilibre as luminâncias usando cores suaves em tons mate. Os coeficientes de reflexão das superfícies do ambiente, devem estar em torno de: 80% para o Teto; 15 a 20% para o Piso; 60% para a Parede (parte alta); 40% para as Divisórias, para a Parede (parte baixa) e para o Mobiliário.

C - Temperatura - Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes informatizados, são entre 20 e 22 graus centígrados, no inverno e entre 25 e 26 graus centígrados no verão (com níveis de umidade entre 40 a 60%).

D - Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação intelectual e atenção constantes, índices de pressão sonora inferiores à 65 dB(A). Por esse motivo recomenda-se o adequado tratamento do teto e paredes, através de materiais acústicos e a adoção de divisórias especiais.

E - Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e quando possível, som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcionários. Muitas empresas que estão adotando políticas neste sentido vêm obtendo um aumento significativo de produtividade. Lembre-se que o processo de socialização é muito importante para a saúde psíquica de quem irá trabalhar nele.

Riscos Físicos


Ruídos
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente.

Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional.

Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Nível de ruído dB (A)
Máxima exposição diária permissível

85 - 8 horas
86 - 7 horas
87 - 6 horas
88 - 5 horas
89 - 4 horas e 30 minutos
90 - 4 horas
91 - 3 horas e 30 minutos
92 - 3 horas
93 - 2 horas e 40 minutos
94 - 2 horas e 40 minutos
95 - 2 horas
96 - 1 hora e 45 minutos
98 - 1 hora e 15 minutos
100- 1 hora
102- 45 minutos
104- 35 minutos
105- 30 minutos
106- 25 minutos
108- 20 minutos
110- 15 minutos
112- 10 minutos
114- 8 minutos
115- 7 minutos

O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:

- fadiga nervosa;
- alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias;
- hipertensão;
- modificação do ritmo cardíaco;
- modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
- modificação do ritmo respiratório;

perturbações gastrointestinais;

- diminuição da visão noturna;
- dificuldade na percepção de cores.

Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou definitiva da audição.
Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas:

- Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído; isolamento de ruído.
- Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida complementar.

- Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho, revezamento.

- Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização.

- Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso.

Vibrações
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.

As vibrações podem ser:

Localizadas - (em certas partes do corpo). São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas.

Conseqüências: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea).

Generalizadas - (ou do corpo inteiro). As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores. Conseqüências: Lesões na coluna vertebral; dores lombares.

Para evitar ou diminuir as conseqüências das vibrações é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição).

Radiações
São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos:

Radiações ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia estão freqüentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas.

Radiações não ionizantes - São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos , ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas, etc.

Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc.

Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tome:

- Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x).

- Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno).

- Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x).

- Medida médica: exames periódicos.

Temperaturas extremas
Calor Quente
Altas temperaturas podem provocar:

- desidratação;

- erupção da pele;

- câimbras;

- fadiga física;

- distúrbios psiconeuróticos;

- problemas cardiocirculatórios;

- insolação.

Calor Frio
Baixas temperaturas podem provocar:

- feridas;

- rachaduras e necrose na pele;

- enregelamento: ficar congelado;

- agravamento de doenças reumáticas;

- predisposição para acidentes;

- predisposição para doenças das vias respiratórias.

- Para o controle das ações nocivas das temperaturas extremas ao trabalhador é necessário que se tome medidas:

- de proteção coletiva: ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio.

- de proteção individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio).

Pressões anormais
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos.

Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco.

Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens.

A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte.

Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida.

Umidade
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle.

A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras.

Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza etc).




CHOQUE ELÉTRICO

O fluxo de corrente é que causa danos ao organismo em caso de um choque elétrico. Quando uma pessoa se torna parte de um circuito elétrico, a severidade do choque é determinada por 3 fatores básicos:

1 - a taxa do fluxo através do corpo

2 - o percurso da corrente através do corpo

3 - o tempo com que o corpo foi parte do circuito

A eletricidade pode se deslocar somente quando há circuito completo. O choque pode ocorrer quando o corpo faz contato com ambos os fios de um circuito (o positivo e o neutro), um fio de circuito energizado e o terra, ou uma parte metálica de um dispositivo elétrico que tenha sido energizado.

As mulheres possuem menor resistência ao choque elétrico do que os homens, em função da constituição orgânica e de outros fatores. Fatores tais como condição física, a umidade da pele, podem determinar a quantidade de eletricidade que um corpo humano pode tolerar.

Infelizmente, o corpo humano não possui qualquer proteção interna contra o fluxo de corrente elétrica. A superfície da pele fornece a maior parte da resistência ao fluxo da corrente. Calos ou pele secas possuem resistência razoavelmente alta, mas a pele úmida possui pouca resistência. Quando a resistência da pele é interrompida, a corrente flui facilmente através da corrente sangüínea e dos tecidos do corpo. Qualquer que seja a proteção oferecida pela resistência da pele, diminui rapidamente esta resistência com o aumento da voltagem.

A morte ou ferimentos causados pelo choque elétrico podem resultar do seguinte:

- contração dos músculos peitorais, podendo interferir na respiração a tal ponto que resultará em morte por asfixia;

- paralisia temporária do sistema nervoso central, podendo causar parada respiratória, uma condição que freqüentemente permanece, mesmo depois da vítima ter sido desconectada da parte energizada;

- interferência do ritmo normal do coração, causando fibrilação cardíaca, uma condição na qual as fibras do músculo cardíaco, em vez de contraírem de maneira coordenada, contraem separadamente e em diferentes momentos. A circulação do sangue pára e ocorre a morte;

- parada cardíaca por contração muscular (em contato com alta corrente). Neste caso o coração pode reassumir seu ritmo normal quando a vitima é libertada do circuito.

- hemorragias e destruição dos tecidos, nervos e músculos do coração devido ao calor provocado pela alta corrente

quarta-feira, novembro 05, 2008

MANUSEIO DE CARGAS COM SEGURANÇA

Mesmo com o auxilio mecânico para o levantamento de cargas, encontramos certas coisas que precisam ser feitas manualmente. Para evitar distensões de mau jeito nas costas, temos que fazê-lo corretamente. Isto já foi dito várias vezes, porém ainda ocorre muita lesão por levantamento de pesos.
Consideremos algumas coisas que temos de levantar manualmente. O que pesa mais? O que é mais difícil de manusear? Pense nisso enquanto falamos nos principais pontos sobre levantamento de peso com segurança. A proteção das mãos é de máxima importância. Ao levantar materiais com bordas cortantes ou superfície áspera, use luvas para proteger suas mãos. Devemos evitar o pinçamento de dedos e cortes nas mãos.
Mesmo que você esteja usando luvas, deve certificar-se de que suas mãos não correm riscos, não podem ser atingidas por alguma projeção no momento do levantamento, e que a mesma não atingirá os pés.
A firmeza dos pés é essencial para se tentar levantar um objeto de qualquer peso substancial. Muitas
distensões resultam da perda do equilíbrio. Com isso o peso da carga é lançado sobre os músculos das costas.
A posição dos pés determina se você está ou não bem equilibrado. Eles devem estar ligeiramente separados um do outro. Dobrar os joelhos para levantar o peso com os músculos da perna é o requisito básico de segurança.
Se estiver pegando uma caixa, posicione-a em diagonal pegando pelos cantos opostos. A coluna deve ficar quase reta. Se encurvar a coluna em demasia poderá ocorrer lesões graves na coluna vertebral. Lembre-se que a coluna é composta de pequenas vértebras intercaladas com um disco gelatinoso. A compressão então deve ser no sentido vertical.
Após levantada a carga, mantenha próxima ao corpo para evitar esforços nos músculos dos braços e manter o equilíbrio da pessoa. Antes de levantar deve ser feita uma avaliação para ter certeza de que, ao erguê-la poderá trazê-la próxima ao seu corpo.
Levantar lentamente é outra recomendação básica de segurança. Coloque lentamente sua força no levantamento. Levante lentamente esticando suas pernas, mantendo as costas retas e a caixa próxima ao corpo. Se a carga for muito pesada, logo no início você poderá retornar a carga para a posição original. Peça ajuda quando precisar e não hesite em fazer isto. Apresentamos a seguir alguns conselhos:
- Dimensione a carga primeiro, não tente ser o mais forte. Na dúvida peça auxílio;
- Certifique-se de que está com os pés firmes no chão e verifique os desníveis do local, se existir;
- Mantenha os pés ligeiramente separados, uns 30 centímetros um do outro;
- Coloque seus pés próximo à base do objeto. Isto é importante porque evita colocar toda a carga sobre os músculos das costas;
- Dobre seus joelhos, mantendo suas costas retas e as mais verticais possíveis.

As botas de segurança com biqueira de aço previnem possíveis acidentes com projeções de objetos sobre os pés Levantamento de cargas representam muitos problemas no trabalho em relação a acidentes típicos ou problemas relacionados com a saúde do empregado.
Assim sendo, procure utilizar a força dos músculos das pernas e braços, pois costas não possuem músculos para essa finalidade.

SEGURANÇA COM CABOS DE AÇO

Os cabos de aço são amplamente usados em vez das cordas de fibra porque possuem maior resistência para o mesmo diâmetro e peso. Sua resistência é constante, molhado ou seco e permanece a mesma sob condições climáticas variáveis e possuem maior durabilidade.
Porém, este material deverá ser inspecionado diariamente quanto ao desgaste. Uma inspeção completa deve cobrir os seguintes pontos:
- Há evidências de corrosão, desgaste ou dobraduras? Um cabo que foi dobrado não pode ser reparado;
- Existem arames quebrados? Se houver, substitua o cabo de aço, se o mesmo não satisfizer os padrões de segurança estabelecidos;
- O cabo foi lubrificado corretamente? O cabo deve ser mantido lubrificado adequadamente para evitar a corrosão;
- Qual é a condição das emendas e conexões? Qualquer observação de danos corrija-os;
- Há evidência de que o cabo de aço tenha sido esmagado, achatado, aberto formando gaiolas ou apresenta qualquer outro dano causando sua distorção? Se houver substitua-o;
- Os empregados usam proteção para os olhos, quando necessário?

Quando não estiverem sendo usados, guarde-os corretamente para protegê-los contra sujeira, para permitir o pronto acesso a eles e de maneira a permitir uma inspeção visual completa e precisa. Manuseie os cabos de maneira a evitar dobras ou torções. A importância da lubrificação periódica é muito importante. Um cabo de aço possui muitas peças móveis. Toda vez que um cabo é dobrado e esticado, os arames nas pernas do cabo devem deslizar uns contra os outros. Consequentemente deve haver unta camada de lubrificação em cada peça móvel. Um segundo motivo importante para a lubrificação do cabo de aço é evitar a corrosão dos arames e a deterioração do núcleo, ou alma, de fibra. Um cabo enferrujado é um perigo, porque nenhuma inspeção visual é capaz de determinar a resistência remanescente de um cabo corroído. Nestas condições ele é muito perigoso, pois a ferrugem reduz a área de corte transversal do aço bom restante. Com isso ele pode partir sem aviso prévio. O lubrificante pode ser aplicado através de uma escova. Para instalar os clipes nas laçadas de extremidades dos cabos de aço, faça o seguinte:
- Aplique o primeiro clipe a uma distância da extremidade morta do cabo, com o parafuso “U” sobre a extremidade morta e com a extremidade viva se apoiando na sela do clipe. Aperte as porcas uniformemente com o torque recomendado;
- Aplique o segundo clipe o mais próximo possível da laçada, com o parafuso “U” sobre a extremidade morta. Gire as porcas até que fiquem firmes no lugar. Não aperte;
- Espace todos os outros clipes igualmente entre os dois primeiros - eles não devem ficar separados numa distância superior à largura da base do clipe. Gire as porcas, tire a folga do cabo e aperte as porcas uniformemente com o torque recomendado.

Todas as sapatas dos clipes devem assentar na extremidade do cabo e ter o tamanho adequado para o diâmetro do cabo. A distância entre os clipes num cabo de aço deve ser igual a seis vezes o diâmetro do cabo.

FIQUE ATENTO A VIDRO QUEBRADO

Uma mulher trabalhando num balcão de supermercado teve sua rotina subitamente interrompida, quando uma garrafa de soda caiu e estourou perto dela, sendo atingida pelos cacos onde sofreu pequenos cortes. Um vendedor de uma loja de luminárias demonstrava abajur de louça, quando o cliente caiu acidentalmente sobre o abajur sofrendo cortes no punho. Um trabalhador de manutenção foi atingido no olho por um caco de vidro quando uma janela de vidro caiu.
A lista de feridos poderia continuar, passando pelo caso de uma pessoa que tromba com uma porta de vidro até a queda de um copo de vidro no banheiro. Porém, a história da segurança não termina com ferimentos. Alguém tem que limpar o vidro quebrado e esta tarefa exige o maior cuidado. Os ferimentos causados ao recolher os cacos de vidro, ou por não recolhê-los, não costumam virar “manchete de jornal”, mas fazem seus estragos com freqüência através de cortes, ferimentos atingindo pequenas artérias e posteriores infecções.
Tome cuidado quando lidar com cacos de vidro. Se você se cortar busque os primeiros socorros imediatamente. Garrafas ou copos quebrados nunca devem ser depositados diretamente no lixo. Acondicione os cacos numa folha de jornal ou outro papel resistente e se possível rotular com o dizer “contém vidro quebrado”. Se estiver trabalhando com maquinário, desligue-o antes de começar a remoção do mesmo.
Os trabalhadores que forem regularmente expostos a riscos de vidro quebrado, devem usar o equipamento de proteção individual apropriado. Este equipamento é constituído de óculos de segurança, luvas ou máscaras, dependendo do tipo de trabalho. As luvas e protetores de braços, assim como a bota de segurança são necessárias.
Ocasionalmente, nós mesmos quebramos um copo de vidro ou objeto de vidro. Neste caso os cacos podem ser coletados usando-se um pedaço de papelão. As partículas menores podem ser recolhidas com folhas absorventes umedecidas, que devem ser enroladas e marcadas como tendo vidro quebrado. Nunca use toalhas ou guardanapos de tecido para coletar as partículas de vidro. O uso de uma pazinha de lixo, de uma vassoura ou rodo de borracha também é um método seguro para lidar com esta situação. As pessoas que trabalham com vidro devem ser alertadas constantemente quanto a quebra, mal empilhamento e caixas defeituosas. Um ferimento sério pode ocorrer se você cair ou esbarrar numa caixa ou prateleira onde o vidro quebrado possa ter sido deixado.
Algum dia você pode lidar ou tentar abrir recipientes de vidro que podem quebrar. Neste caso proteja suas mãos com toalhas grossas. Se houver suspeita de vidro quebrado num local contendo água, primeiramente faça a drenagem da água do local para posterior remoção do vidro.
Seria virtualmente impossível cobrir todos os casos em que você pode defrontar com o problema do vidro quebrado Lembre-se, porém, de que o vidro quebrado deve ser coletado e descartado imediatamente e de uma maneira que seja segura para você, sua família e para os outros.

PREPARAÇÃO DE ÁREAS SEGURAS DE TRABALHO

È impossível eliminar todos os riscos à nossa volta. O melhor que podemos fazer é eliminar alguns e minimizar o máximo possível outros. Uma pessoa que tenha que dirigir em estradas asfaltadas e escorregadias em dias chuvosos, não pode eliminar os riscos devidos à tração deficiente ou a má visibilidade, mas pode minimizá-los.
Em primeiro lugar não deve usar pneus lisos, deve verificar se os limpadores de pára-brisa estão funcionando bem e outros acessórios para uma eficaz operação. Quando chegar à estrada, a pessoa deverá ser cautelosa, procurando uma velocidade compatível com aquelas condições de tráfego. Ela abaixará as janelas freqüentemente para diminuir o embaçamento. Deverá manter a distância maior de outros veículos. No geral, a pessoa deverá intensificar suas táticas de direção defensiva, esperando pelo pior, mas sempre procurando dar o melhor de si para que não ocorra acidentes. O que tudo isto tem a ver com a preparação de áreas seguras de trabalho? Tem tudo a ver. É exatamente isto que é a preparação de áreas de trabalho, ou seja, a eliminação ou minimização dos riscos. Na verdade o programa inteiro de prevenção de acidentes é apenas isto. Eis aqui um outro exemplo comum: Uma escada numa residência de dois andares é essencial, por razões óbvias. Muitas pessoas morrem ou ficam feridas todos os anos em acidentes em escadas. Naturalmente a escada não pode ser eliminada, mas os riscos podem ser minimizados. Para tanto providenciamos corrimão na altura recomendada, pisos aderentes, inclinação, quantidade de degrau recomendado, espaçamento entre degraus e altura dos degraus dentro das normas e iluminação apropriada. Além disto, devemos treinar as crianças para usar escadas com segurança, subir e descer um degrau de cada vez, usar o corrimão e não correr. Agora esta escada pode ser usada com segurança relativa. Suas condições de riscos foram minimizadas e a conscientização através do treinamento apropriado às crianças deve eliminar os atos inseguros. Vejamos como estes princípios se aplicam em nosso trabalho. Suponha que temos um projeto que exija de nós reparos em instalações subterrâneas num cruzamento de rua movimentado. A quebra do asfalto e a abertura de um buraco certamente apresentam muitos riscos que não podem ser eliminados.
Mesmo que seja um trabalho de emergência, ele deve ser planejado e avaliado antes de ser iniciado. Todos os membros da equipe de trabalho são responsáveis pela identificação e análise dos riscos inerentes àquela atividade. Todos devem ser protegidos o máximo possível como o público externo, as propriedades públicas, os vizinhos e cada membro da equipe. Como nosso trabalho irá interferir no tráfego de veículos e pedestres, temos de iniciar definindo nossa área de trabalho. Os motoristas devem ser alertados antecipadamente de que há um grupo de pessoas executando um trabalho à frente. Como não podemos eliminar os riscos do tráfego, o melhor que podemos fazer é torná-lo mais lento. Reduzir a velocidade contínua dos veículos não apenas permite a continuidade do trabalho e melhora a segurança, como também melhora as boas relações com os vizinhos. Após estabelecermos um padrão seguro para o tráfego, após termos criado proteção aos pedestres naquele local, ainda assim teremos de lidar com os riscos envolvidos na tarefa. Muitos dos riscos com os quais defrontamos podem ser eliminados, outros podem ser minimizados. A utilização de equipamentos como o capacete, luvas, óculos de segurança, protetores faciais, máscaras, enfim, aqueles equipamentos dimensionados pela segurança como importantes para sua proteção, eliminarão os outros riscos nesta atividade.
Porém, todo o aparato de proteção existente não impedirá atos inseguros daqueles que querem desafiar a própria segurança. Cada um de nós é responsável por seu próprio desempenho na segurança do trabalho.

ARRUMAÇÃO, LIMPEZA E ORDENAÇÃO SÃO BONS HÁBITOS

Todos os empregados têm suas tarefas para fazer. Os 5 S - senso de utilização, ordenação, limpeza, asseio e disciplina - fazem parte de nossas obrigações. Mas o que é isto afinal? “Arrumação, limpeza, ordenação, asseio e disciplina” significa manter as coisas arrumadas e ordenadas, o chão limpo, sem papel, óleo derramado, graxas nas paredes e assim por diante. È aquele empilhamento de material corretamente, máquinas de pequeno porte guardadas nos seus devidos lugares, chaves e ferramentas acomodadas nos lugares certos e limpos. A boa arrumação significa ter livre acesso quando numa emergência de primeiros socorros e a equipamentos de combate a incêndio. Significa muitas coisas, mas a definição mais curta é: “UM LUGAR APROPRIADO PARA CADA COISA E CADA COISA NO SEU DEVIDO LUGAR”.
Todos os empregados podem ajudar no esforço de arrumação, fazendo o seguinte:
- manter pisos, corredores e áreas de trabalho razoavelmente livre de itens desnecessários, delimitando os locais com faixas, inclusive corredores;
- confinar resíduos em locais apropriados;
- guardar todos os equipamentos de proteção individual em locais adequados.
Nada indica mais uma área desorganizada, desarrumada e suja do que os copos de papel, restos de lanches espalhados pelo chão, sobre a mesa, em bancadas de trabalho, em passarelas e assim por diante.
O bom resultado da arrumação, ordenação, limpeza, asseio e disciplina, não é obtido por mutirões de limpeza. Ela é o resultado de um esforço diário. Se cada empregado arrumasse pelo menos uma coisa todos os dias, os resultados seriam surpreendentes. A hora de fazer a limpeza é toda hora.

terça-feira, novembro 04, 2008

O nascimento da Medicina do Trabalho


Segundo Schilling (1973, p. 11), os primórdios da medicina do trabalho (ou melhor, da industrial medicine) remontariam ao Factory Act of 1833. Por outro lado, a análise dos acidentes de trabalho e os exames de admissão seriam duas funções originais e primordiais, atribuídas aos industrial medical officers, a partir de 1855.

De qualquer modo, haverá que distinguir entre a organização de serviços de medicina do trabalho no seio da empresa, com uma função primordialmente preventiva, e a própria medicina do trabalho enquanto especialidade médica, devidamente reconhecida e ensinada. É hoje aceite que a generalização dos serviços de medicina do trabalho (ou occupational safety and health services, em inglês) é um facto relativamente recente: o seu desenvolvimento está associado à segunda revolução industrial e, portanto, ao taylorismo-fordismo. Grosso modo, a medicina do trabalho não tem mais do que meio século na generalidade dos países ocidentais desenvolvidos!

Tal não impede a existência de referências à figura do médico nas manufacturas e nas fábricas de finais do Séc. XVIII e princípios do Séc. XIX:

A primeira referência conhecida ao emprego de um médico numa manufactura é de 1789, em Quarry Bank (segundo o Hunter‘s Diseases of Occupations, Murray, 1987, p. 113);
Em 1795 Peter Holland (1766-1855) era não só médico assistente da família do proprietário dessa manufactura como dos seus operários e aprendizes.


Há registos clínicos das suas consultas, pelo menos desde 1804:

O diário de Peter Holland é "the earliest record of a medical service in industry and, although there is little evidence of a preventive approach or of a diagnosis of any occupational disease, there is a great deal of evidence of a standard of care and concern far beyond the level portrayed in literature of the times" (Murray, 1987, pp. 14-115. Itálicos nossos).

Quase três dezenas depois, por volta de 1830, um outro médico, de Leeds, Robert Baker (1803-1880), terá sido o primeiro a aconselhar, a um empregador que o procurou ("perturbed by the public concern about children being crippled by the long hours and conditions of factory life"), a criação de um serviço médico na fábrica ("a medical officer should be appointed to visit the factory daily and watch the effects of work on the children’s health") (Murray, 1987, p. 122. Itálicos nossos).

Embora isso não seja historicamente relevante (ou faça apenas parte da "petite histoire"), este poderá ser porventura o "primeiro serviço de medicina do trabalho" a existir, como o pretendem os brasileiros Mendes e Dias (1991, p. 342), no seu artigo Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador.

Na sua resenha biográfica sobre Baker, Lee (1964, p. 86) invoca este episódio nos seguintes termos:

"The circumstances of his appointment to Hindes & Derham are of some interest and were described graphically by Baker himself years afterwards:
‘Mr. Robert Derham, a considerable worsted spinner in 1830 complained to me, then practising my profession, of what he called the ‘hard sayings of the public on account of the number of cripples that were made by manufacturers working little children long hours, and often night and day’, and asking a remedy.
'I suggested to him the propriety of placing a medical man over his establishment, with unlimited power to enter his mill by night or by day, when at work, for the purpose of watching the effect of labour on the constitution of each young worker, and with power to discharge any hand materially suffering from the employment or to put the children to half-a-day’s work, and to send them to school the other half’.


Prossegue Lee (1964) nos seguintes termos:

"The educational part of the scheme [ O meio dia de escola alternado com outro meio dia de trabalho ] was not carried out, although shortly afterwards Messrs. Marshall, the biggest flax spinners in Leeds, adopted the idea. Baker claimed inter alia that I believe I am entitled to the original idea of half time work and school in combination and I hope I shall be forgiven the egotism of claiming it " (Uma ideia que, diga-se de passagem, levou largos anos a concretizar-se na Inglaterra vitoriana).

Tudo indica, de qualquer modo, que Leeds tenha sido o berço da medicina do trabalho, a avaliar pelo exemplo pioneiro de Baker. Lee (1964) cita um outro depoimento seu (no Factory Inspector’s Report de 1873), dando o ano de 1832 (e não já o de 1830) como o início das suas funções de médico do trabalho (de resto, com muito sucesso, a avaliar pelo número de empresas em que rapidamente passou a prestar serviço) e concluindo:

"This duty I performed for three or four years. Other manufacturers soon followed his (Derham’s) example and in a few weeks I had forty of the largest mills in Leeds and the neighbourhood under my care" (Baker, 1873, cit. p/ Lee, 1964, p. 86, em nota de pé de página).

Também em 1832, o maior industrial de Leeds, o já citado John Marshall, contratou um médico, W. Price, para prestar serviço nas suas fábricas duas vezes por semana:

"[Mr. W. Price was] employed to inspect the condition, as to the health, of all persons in our works, attending twice a week, to examine and prescribe for any of the workpeople, who either apply to him voluntary, or are sent by the overlookers, or observed by himself in going through the works (sic). Each week he goes through a fourth part of the mill to examine the hands [ou seja, a mão-de-obra] when at work" (John Marshall, cit. por Lee, 1964, p. 86).

De qualquer modo, a contratação de R. Baker surge, aos olhos de Mendes e Dias (1991) como um dos mitos fundadores da medicina do trabalho. Estes autores, que desconhecem por completo o artigo de Lee (1964) já que citam uma outra fonte secundária (brasileira), transcrevem a resposta de Baker a Derham em termos sem dúvida mais empolgantes mas que não correspondem, de modo algum, às palavras e ao sentido original do pensamento de Baker:

"Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à protecção da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado" (Itálicos nossos).

A resposta do empregador, Derham, foi, como já vimos, a de contratar o próprio Baker que iremos encontrar, mais tarde, em Outubro de 1834, a exercer as funções de Subinspector of Factories, nomeado ao abrigo do Factory Act of 1833. Sobre este episódio da contratação de Baker por Derham, Mendes e Dias (1991) tecem, entretanto, as seguintes considerações:
"Na verdade, despontam na resposta do fundador do primeiro serviço médico de empresa, os elementos básicos da expectativa do capital quanto às finalidades de tais serviços", a saber:

Deveriam ser "dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se dispusessem a defendê-lo";
Deveriam ser "centrados na figura do médico";
A prevenção dos danos para a saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser uma "tarefa eminentemente médica";

E, por fim, "a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida ao médico" (p. 342. Itálicos nossos)".


Petite histoire à parte, remontaria, pelo menos, à primeira metade do Séc. XIX o primitivo figurino dos serviços de medicina do trabalho bem como a sua abordagem medicocêntrica, monodisciplinar, paternalista e topdown dos problemas de saúde dos trabalhadores, por delegação do empregador.

Em rigor, é abusivo falar-se já de medicina do trabalho e de protecção da saúde dos trabalhadores. As preocupações dominantes tinham a ver essencialmente com:

O eventual risco de surtos epidémicos de doenças infectocontagiosas (tais como o tifo, a cólera ou a tuberculose);
A persistência do fenómeno da exploração do trabalho infantil e feminino;
E, eventualmente, a frequência, a gravidade e a letalidade dos acidentes de trabalho nas minas e nos estabelecimentos fabris.

Quanto a Baker, um típico inglês da upperclass vitoriana, será hoje recordado não tanto como o primeiro médico do trabalho como sobretudo o primeiro médico a ser contratado como inspector fabril (sendo citado diversas vezes por Karl Marx, em O Capital). Foi, além disso, um reformador social, preocupado com a condição física e sobretudo moral da classe operária (Lee, 1964).



3. Da reparação à prevenção dos riscos profissionais


No caso da Inglaterra, não foram apenas os médicos e os filantropos que se interessaram pelo estudo e melhoria das condições de trabalho na indústria ou pela promulgação de legislação social. Há antepassados ilustres da sociologia industrial como:



O médico fancês L.R. Villermé (1782-1863): Em 1840, ainda em plena Restauração, tem grande impacto o seu estudo Tableau de l’état physique et moral des ouvriers employés dans les manufactures de coton, de laine et de soie; a apresentação deste relatório, em 11 sessões, na Academia das Ciências Morais e Políticas, teve o mérito de criar um movimento de opinião pública que levaria à promulgação da primeira lei francesa relativa às condições de trabalho;
O inglês E. E. Chadwick (1800-1890), autor de Report (...) on an Enquiry into the Sanitary Condition of the Labouring Population of Great Britain (1842);
O alemão F. Engels (1820-1895) que se debruçou sobre as condições de trabalho da classe operária inglesa (The Conditions of the Working Class in England, 1844), depois de ter vivido em Manchester entre 1842 e 1844;
Ou o próprio K. Marx (1818-1883) que, tendo vivido grande parte da sua vida em Inglaterra (na época, um verdadeiro laboratório social!), dedicou alguns capítulos de Das Kapital ou O Capital (1º vol., 1867; 2º e 3º vols. editados por F. Engels e publicados postumamente, em 1885 e 1894, respectivamente) à exploração do trabalho das mulheres e das crianças, à jornada de trabalho, à legislação fabril inglesa, etc.


Dos antepassados mais ou menos da próximos da medicina do trabalho, da higiene industrial e da epidemiologia ocupacional há que referir o nome do italiano B. Ramazini (1633-1717). Mas antes dele poderia citar-se ainda:

O médico e naturalista alemão Georgius Agricola ou Georg Bauer (1494-1555) que deixou um tratado sobre as doenças dos trabalhadores que extraíam minérios metálicos, tais como o ouro e a prata (De re metallica, publicado postumamente em 1556);
A sua nomeação como médico municipal da cidade mineira de Joachimsthal em 1527 levou a interessar-se pela metalurgia, geologia e mineração;
Na sua obra mais conhecida, Georgius Agricola descreveu não só os métodos de ventilação e de protecção individual usados nas minas como os acidentes de trabalho e as doenças dos mineiros tais como a "dificuldade em respirar" e a "destruição dos pulmões", causadas pela inalação de poeiras.
Outro alemão, o famoso Paracelsus (1493-1541), também foi médico de mineiros (no Tirol), e deixou uma monografia sobre as doenças dos trabalhadores das minas (publicada em 1567).
Recorde-se que o Paracelsus, isto é, "maior que Celso", ficou na história da medicina sobretudo pelo seu gesto iconoclasta de queimar publicamente, em 1520, as obras dos clássicos e passar a escrever em alemão; de certo modo é a partir daqui a medicina ocidental começa a romper com a medicina arábico-galénica, afastando-se progressivamente dum quadro teórico de referência que dominaria o ensino e a prática médicas durante quase milénio e meio.




A primeira observação de um doença profissional (a cólica provocada pelo chumbo no trabalho de extracção de metais) é atribuída a Hipócrates (c. 460-c. 377 a.C.). Por sua vez, Plínio, o Velho (23-79), o enciclopedista médico romana, descreveu o envenenamento pelo mercúrio, uma típica doença dos escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras do Império.

Foi, contudo, Bernardo Ramazini o primeiro a analisar de maneira sistemática a relação entre o trabalho e a saúde. O seu De morbis artificum diatriba (1700; ed. rev., 1713) pode ser considerado como o primeiro tratado importante sobre as doenças profissionais ou, pelo menos, sobre as doenças relacionadas com a ocupação ou profissão no modo de produção pré-industrial (A edição inglesa, traduzida do latim, tem por título Diseases of Workers, 1940).
Médico e professor de medicina em Modena e Pádua, Ramazzini, sendo um homem do Ancien Régime e, portanto, não tendo conhecido nem vivido a "revolução industrial", não tinha ainda (nem podia ter) qualquer preocupação de natureza quer jurídica (por ex., reparação dos riscos profissionais) quer social (por ex., adopção de medidas legislativas e técnicas de protecção da saúde dos trabalhadores).

É nesse sentido que achamos extemporâneo e, portanto, abusivo considerá-lo the father of occupational medicine, como o pretende Schilling (1973, p. 3), seguindo de resto uma ideia feita que está consagrada pela historiografia médica.

Se aceitarmos a tese de que a medicina do trabalho é um fenómeno emergente do capitalismo industrial e sobretudo do começo da 2ª revolução industrial com o taylorismo-fordismo (finais do Séc. XIX, princípios do Séc. XX), Ramazzini só pode ser considerado como o fundador da patologia clínica ocupacional e, eventualmente, da epidemiologia ocupacional (Graça, 1996).




Tal observação crítica não nos impede de reconhecer o papel pioneiro de Ramazzini. Durante praticamente dois séculos o seu De morbis artificum diatriba (1700; ed. rev., 1713) foi uma obra de referência da medicina do trabalho e da higiene industrial, copiado e recopiado, plagiado e deturpado. Conheceu vinte e quatro reedições e foi traduzida para as principais línguas europeias: Uma das primeiras traduções a ser feita foi a francesa, Traité des maladies des ouvriers (1770); há uma moderna tradução para português, feita no Brasil pelo médico português Raimundo Estrela (As doenças dos trabalhadores) (1999, 2ª ed., S. Paulo, Fundacentro).

De facto, no seu tratado (“diatriba”, em latim) Ramazzini estabelece uma clara associação entre certas doenças e a ocupação ou actividade profissional (por ex., a cólica do chumbo nos pintores que utilizam o alvaiade, as perturbações dos esmaltadores que usam o antimónio, a intoxicação pelo mercúrio nos fabricantes de vidro). Ao todo ele estudou mais de meia centenas de ocupações e profissões existentes na sua época.

Há que reconhecer o contributo histórico de Ramazzini e o sobretudo o seu papel pioneiro no âmbito do desenvolvimento das disciplinas que se irão constituir à volta da problemática da saúde e segurança no trabalho (incluindo a medicina do trabalho, a higiene industrial, a patologia do trabalho e a epidemiologia social). Os 300 anos da 1ª edição do tratado de Ramazzini, passaram praticamente despercebidos em Portugal; em contrapartida, foram condignamente assinalados no Brasil, nomeadamente pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).

Citando Mendes (2001), o contributo ético e teórico-metodológico de Ramazzini para o desenvolvimento da medicina do trabalho e da saúde ocupacional poderia ser resumido da seguinte maneira:

Em primeiro lugar, o interesse, a preocupação e o compromisso em relação a um vasto grupo da população activa até então esquecida e menosprezada pela medicina e pelos médicos: os artesãos;

Em segundo lugar, a sua percepção dos factores (incluindo os sociais) que determinam a doença, a começar pela profissão ou ocupação;

Em terceiro lugar, a sua contribuição metodológica para o exercício da medicina do trabalho: (i) recurso ao estado da arte ou revisão bibliográfica; (ii) visita aos locais de trabalho e observação directa; (iii) entrevista com o trabalhador; (iv) história ou anamnese profissional.

Para além da abordagem clínico-individual da doença ocupacional, Ramazzini, terá sido o primeiro a criar “perfis epidemiológicos” de morbimortalidade causada pelo (ou relacionada com o) trabalho; esses perfis têm a ver com a ocupação ou profissão, que passa a ser uma categoria fundamental para a investigação epidemiológica.

Uma quinta e última contribuição de Ramazzini para a área da saúde e segurança no trabalho foi a sua sistematização e classificação das doenças segundo a sua natureza e o seu grau de relação com o trabalho, e nomeadamente a distinção que hoje fazemos entre “doenças profissionais” (por ex., a silicose) e “doenças relacionadas com o trabalho” ou “agravadas pelo trabalho” (por ex., os problemas do foro músculo-esquelético).

O exemplo pioneiro de Ramazzini será seguido, mais tarde, na Grã-Bretanha por outros médicos como Percival Pott (1713-1788) e Charles Turner Thackrah (1795-1833).

O Hunter’s Occupational Diseases considera que não foi Ramazzini mas Charles Thackrah a fundar a medicina do trabalho. Chauvinismo à parte, a Inglaterra era então um caso único, reunindo todas as condições (políticas, sociais, económicas, jurídicas, técnicas e organizacionais) para ser o primeiro país a criar e desenvolver a moderna medicina do trabalho (industrial medicine) com vista à prevenção dos acidentes e das doenças profissionais.

Ch. Thackrah, médico de Leeds (tal como R. Baker), publicou a primeira obra original, em língua inglesa, sobre as doenças relacionadas com o trabalho, numa época em que os tratados, nesta matéria, se limitavam a plagiar aberta e descaradamente o velho Ramazzini.
O seu livro, de 1830, tem o título sugestivo de The Effects of the Principal Arts, Trades and Professions, and of Civic States and Habits of Living, on Health and Longevity with Suggestions for the Removal of Many of The Agents which Produce Disease and Shorten the Duration of Life. [Os Efeitos das Principais Artes, Ofícios e Profissões, bem como do Estado Civil e dos Hábitos de Vida, na Saúde e Longevidade, com Sugestões para a Eliminação de Muitas das Causas que Produzem Doença e Reduzem a Esperança de Vida].

Esta monografia seria, inclusive, superior à de Ramazzini, não só pela qualidade, de primeira água, das suas observações clínicas como pelas suas propostas de melhoria do ambiente laboral e extralaboral e de promoção de estilos de vida saudáveis.




No campo da saúde pública, há que referir, entre outros, os nomes de Edwin Chadwick (1800-1890) e de John Simon (1816-1904), autores de importantes relatórios sobre as condições sanitárias da classe trabalhadora em Inglaterra.

No seu Report (...) on an Enquiry into the Sanitary Condition of the Labouring Population of Great Britain (1842), Chadwick dava conta da total ausência de hábitos de higiene pessoal e de saneamento básico na nova família operária. É, portanto, a premente necessidade de controlar e prevenir as frequentes epidemias de tifo, varíola e cólera, que leva à adopção das primeiras medidas com vista à melhoria das condições sanitárias da população em geral (incluindo a emergente classe operária que se concentra à volta das novas cidades industriais, altamente poluídas e pestilenciais).

Muito antes do desenvolvimento da revolução pasteuriana e da bacteriologia na segunda metade do Séc. XIX, o grande contributo para a melhoria das condições de vida da população europeia será então reservado à saúde pública, ao preconizar e implementar medidas tão elementares como o abastecimento de água potável, a rede de saneamento básico, a utilização de desinfectantes, a recolha do lixo nas grandes aglomerações urbanas que resultaram da industrialização, a vacinação, a criação da inspecção do trabalho e da autoridade de saúde a nível local, a protecção da saúde materno-infantil, a educação sanitária, a luta contra a tuberculose, etc.

Retomando o nosso fio condutor, convém aqui referir que o princípio da obrigatoriedade da notificação das doenças profissionais só será estabelecido no Reino Unido em finais do Séc. XIX (Factory and Workshop Act of 1895):

Os trabalhadores pertencentes a grupos de maior risco (expostos ao chumbo, ao fósforo e outras substâncias perigosas) passam então a ser submetido a exames médicos periódicos;

O princípio da notificação obrigatório (para o Chief Inspector of Factories, acompanhada do respectivo relatório) foi historicamente importante, na medida em que comprometia os médicos a intervir sempre que havia um caso de patologia suspeita de ter sido provocada por exposição profissional.


Só três anos mais tarde (em 1898) será, contudo, nomeado o primeiro Medical Inspector of Factories, na pessoa de Thomas M. Legge (1863-1932) que viria também a tornar-se, em 1929, o primeiro consultor médico de uma central sindical, o Trade Unions Congress (TUC).

É também quase ao virar do século que é, tardiamente, introduzido o Workmen’s Compensation Act (1897), ou seja, a lei de indemnização devida ao trabalhador em caso de incapacidade por motivo de acidente de trabalho.

A lei de 1897 aplicava-se a um número limitado de ocupações ou profissões. Só em 1906 foi generalizada. As doenças profissionais passaram também a ser objecto de reparação nesta data, se bem que a lista de factores de risco fosse ainda muito reduzida (antraz, chumbo, mercúrio, fósforo, arsénio e pouco mais).

É também por essa altura que a Inglaterra começa, visivelmente, a perder a liderança como potência industrial a favor de países como a Alemanha, a França e os EUA, com o desenvolvimento da segunda revolução industrial, baseada na electricidade, na química, na energia petrolífera, no motor de explosão, no automóvel e na produção em grande série em cadeia.

Em 1883 o parlamento inglês tinha aprovado a primeira lei visando uma doença profissional específica, o Factories (Prevention of Lead Poisoning) Act. Todavia, o desenvolvimento da medicina do trabalho vai ser lento:

Por ex., a primeira associação profissional de médicos do trabalho data apenas de 1935 (AIMO—Association of Industrial Medical Officers; passou a designar-se Society of Occupational Medicine, a partir de 1965);

Nos EUA, registe-se a criação, em 1916, da Industrial Medical Association (ainda com uma clara orientação da medicina do trabalho para a reparação dos acidentes);

Havia ainda muito poucas empresas com serviços privativos de medicina do trabalho, para além dos exemplos pioneiros dos correios e dos caminhos de ferro ingleses, bem como da indústria automóvel e dos caminhos de ferro norte-americanos.






Em matéria de associativismo, de ensino e de prática da no domínio da medicina do trabalho, vai ser a Itália a desempenhar um papel pioneiro. Luigi Devoto cria em 1901 a primeira revista no domínio da segurança e saúde no trabalho: Il Lavoro - Revista di fisiologia, clínica ed igiene del lavoro (Hoje, La Medicina del Lavoro).

Em 1906, realiza-se em Milão o primeiro Congresso Internacional das Doenças do Trabalho. É então Fundada a Commissione Internazionale per le Malattie Professionali, que irá dar origem à actual International Commission on Occupational Health (ICOH), a maior associação a nível mundial congregando os diferentes profissionais da área da SH&ST.

Em 1910 é inaugurada em Milão a Clinica del Lavoro, a primeira do género no mundo e que tomará depois o nome do seu fundador e primeiro director (Luigi Devoto). Finalmente, em 1920, é fundada a Società tragli Amici della Clinica del Lavoro (1920) cujo objectivo fundamental era promover o estudo e a prática da medicina do trabalho

A criação da American Academy of Occupational Association é já posterior à II Guerra Mundial (1946) e é reveladora de uma crescente ênfase na prevenção da doença e do acidente de trabalho, e não já apenas na reparação médico-legal. Além disso, a medicina do trabalho (occupational medicine) só em 1954 é que passa a ser reconhecida como especialidade médica (nos EUA).

Também em 1905 realizam-se em Berna, na Suiça, conferências diplomáticas de que vão resultar as duas primeiras convenções internacionais de trabalho (uma regulando o trabalho nocturno das mulheres; outra sobre a eliminação do fósforo branco na indústria de fabrico de máquinas). Cinco anos antes, em 1900, tinha sido criada a International Association for Labour Legislation, embrião da futura Organização Internacional do Trabalho (OIT, em inglês ILO - International Labour Organization) (1919).

De qualquer modo, e durante muito tempo, a vigilância médica dos trabalhadores era mais orientada para os problemas da reparação de lesões ou doenças específicas do que para a prevenção dos riscos e factores de risco no local de trabalho (incluindo o problema, mais geral, da fadiga devido às longas horas de trabalho diário). Como, de resto, o reconhece o insuspeito Hunter’s Occupational Diseases (Murray, 1987, p. 183), já aqui várias vezes citado:



Nos primeiros anos da vigência da lei da reparação dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais (Workmen’s Compensation Act, 1897 e 1906) as grandes empresas fabris inglesas passaram a contratar médicos para examinar as queixas apresentadas pelos trabalhadores;

Em muitos casos, “por boas ou mais razões” os médicos não encontravam fundamento (médico-legal) nas queixas dos operários, atribuindo os problemas de saúde à sua imprevidência ou ao alcoolismo ou a ambos;

Foi a partir daí que os médicos contratados pelas empresas passaram a ser pejorativamente apelidados de compensation doctors: "The evidence of doctors to the 1907 Departmental Committee indicates that many of them attributed the diseases to improvidence or alcoholism or both. The result was the evil appellation of any doctor who worked for an employer as a ‘compensation doctor’ " (Murray, 1987, p. 183).


Este pecado original da medicina do trabalho é igualmente reconhecido por Schilling (1978), nomeadamente num país como o Reino Unido em que os occupational health services nunca foram obrigatórios por lei (nem o são ainda hoje!) e em que os médicos eram oriundos da upper class vitoriana e, portanto, socialmente muito mais próximos dos empregadores do que dos trabalhadores:

" The first real impetus to the voluntary appointment of doctors by employers came after the passing of the first Workmen’s Compensation Act in 1897. The larger firms appointed physicians as a means of protecting against claims for compensation rather than as a measure to protect their employees. This was an unhappy introduction of medicine to industry. The industrial medical officer was often regarded by workmen as the employer’s man - a suspicion which, however unfounded it may have been, has died hard" Schilling (1978, p. 13)(Itálicos nossos).


O mesmo passou noutros países europeus como a França em que, por esta época, são promulgadas as primeiras leis de protecção social dos trabalhadores (por ex., Lei de 9 de Abril de 1898, completada pela Lei de 31 de Março de 1905, imputando ao empregador a responsabilidade pela reparação dos acidentes de trabalho):

" (…) À la lutte pour de meilleures conditions de travail s'allie celle pour l'utilisation effective des nouveaux droits accordés aux travailleurs. L'accident du travail, et la loi de 1898 donnant à l'ouvrier bléssé le droit aux soins médicaux et à une pension, seront au centre des mouvements. Les ouvriers lutteront pour obtenir que la constatation d'accident du travail soit effectuée par les médecins de leur choix et non pour ceux payés par l'entreprise. Quelques groupes de praticiens de gauche participent à ce combat: en particulier, à partir de 1908, ceux du 'Sindicat de la Médecine Sociale' " (Herzlich e Pierret, 1984, pp. 230-231. Itálicos nossos).


Só com o Factories (Medical and Welfare Services) Order 1940, é que os serviços de saúde ocupacional no Reino Unido irão, entretanto, conhecer um certo boom, nomeadamente nas indústrias reconvertidas para apoiar o esforço de guerra (fabrico de armamento e munições, etc.), e se passa a dar mais importância à prevenção dos riscos profissionais.

Nestas indústrias específicas, é exigida a vigilância médica dos trabalhadores, é criada a enfermagem do trabalho (occupational health nursing), e surgem os serviços de primeiros socorros, para além da criação dos welfare services (ou serviços sociais, como ficaram conhecidos nalgumas empresas e na administração pública portuguesas do pós-guerra).

Mas é também a época em que surge o conflito (ainda hoje mais ou menos latente na maior parte dos países europeus, incluindo Portugal), relativamente à tutela da saúde e da segurança dos trabalhadores, disputada pelo Health Department e pelo Labour Department (no nosso caso, pela Direcção-Geral de Saúde e pelo IDICT).

Será preciso esperar, contudo, pelo pós-guerra, para que se comecem verdadeiramente a desenvolver e a generalizar, na Europa, os serviços de saúde no trabalho (occupational health services, em inglês; services de médicine du travail, em francês), tendo por base a Recomendação nº 112 da Organização Internacional do Trabalho (1959).

Entretanto, em 1950, tinha-se já reunido a primeira comissão mista da OIT e da OMS para a higiene industrial (um termo que será depois substituído por occupational health, em inglês, e médecine du travail, em francês). Desde o Séc. XVII até à criação da OMS estava consagrado na Europa o termo higiene como sinónimo de medicina preventiva e de saúde pública (Graça, 1996).

Em 1950 a comissão mista da OIT/OMS (cit. por Graça, 1999) resumia assim aquilo que ainda é hoje aceite como a missão dos serviços de saúde no trabalho:

"the promotion and maintenance of the highest degree of physical, mental and social well-being of workers in all occupations;

"the prevention among workers of departures from health caused by their working conditions;

"the protection of workers in their employment from risks resulting from factors adverse to health;

"the placing and maintenance of the worker in an occupational environment adapted to his physiological equipment;

"and, to summarise, the adaptation of work to man and of each man to his job"


A França foi o primeiro país da Europa a tornar obrigatória, por lei, a criação de services médicaux du travail (Lei de 11 de Outubro de 1946). Além de conceitos já então conhecidos como protecção, reparação e prevenção, surge uma noção nova: a adaptação do trabalho ao homem e do homem ao trabalho. É também desta época a criação dos Comités d'Hygiène et de Securité.

Segundo dois especialistas da OIT (Robert e Parmegianni, 1969, cit. por Van Dormael, 1978, p. 4), "aussi paradoxal que cela puisse paraître, la crise mondiale des années ’30 servit la cause de la médecine du travail – parfois désignée sous le nom ‘Service de l’entretien des hommes’ – en encourageant l’étude scientifique de l’utilisation de la main d’oeuvre dans le cadre des plans de modernisation" ou, para sermos mais rigorosos, no âmbito da difusão e adopção dos princípios do taylorismo (Itálicos nossos).

A Recomendação nº 112 da OIT ter-se-á inspirado largamente na experiência francesa de desenvolvimento dos serviços médicos do trabalho no pós-guerra. Será entretanto adoptada pela CEE em 1962. É então recomendado aos Estados-membros a criação de serviços de medicina do trabalho (occupational health services, em inglês). Na Bélgica, por ex., a obrigatoriedade de tais serviços, imposta a todos os empregadores, data apenas de 1965 (Van Dormael, 1978).

Em resumo, o panorama na Europa até aos anos 50 era mais ou menos igual:

A prestação de cuidados de saúde no local de trabalho tinha nascido da iniciativa de empregadores filantrópicos (por volta dos anos de 1830 e sobretudo na segunda metade do Séc. XIX) e de algumas grandes empresas resultantes da segunda revolução industrial (na primeira metade do Séc. XX: por ex., os correios e os caminhos de ferro nos EUA); esses serviços prestavam cuidados médicos tanto curativos como preventivos;

O desenvolvimento da área científica e profissional hoje designada pelo termo Occupational Health and Safety (OSH) estará sobretudo ligado ao aparecimento das primeiras leis sobre a reparação dos acidentes de trabalho e, mais tarde, das doenças profissionais (Alemanha, 1884; Inglaterra, 1897; França, 1898; Suécia, 1901; Estados Unidos, 1911; Portugal, 1913, etc.), legislação essa que surgiu, em todo o lado, sempre posteriormente à criação da inspecção do trabalho.




Recorde-se a este propósito que nos restantes países europeus as primeiras disposições legais sobre a inspecção do trabalho e a SH&ST datam só da segunda metade do Século XIX ou do princípio do Séc. XX: 1873 na Dinamarca, 1874 em França, 1878 na Alemanha e na Suíça, 1887 na Áustria, 1888 na Bélgica e na Holanda, 1889 na Suécia, 1895 e 1897 em Portugal, 1918 na Rússia Soviética, etc.

De qualquer modo, os occupational health services, de acordo com figurino proposto pela Recomendação nº 112 da OIT, continuam a ter como função principal a prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, para além da reparação (médico-legal) dos riscos que, durante largas décadas, constituiu a única preocupação dos empregadores e, em larga medida, a principal reivindicação do movimento operário e sindical (a par da luta pelas 8 horas de trabalho diário).

Só em 1925 a Conferência Geral da OIT adoptaria as Convenções nº 17 (em inglês, Workmen's Compensation - Accidents) e nº 18 (em inglês, Workmen's Compensation - Occupational Diseases).

A lista internacional de doenças profissionais limitava-se então a três: "poisoning by lead", "poisoning by mercure" e "anthrax infection". A Convenção nº 18, que entrou em vigor em 1927 (tal como a nº 17), foi revista em 1934 (Convenção nº 42) e 1964 (Convenção nº 121). A Convenção nº 17 só foi revista em 1964 (Convenção nº 121).

No campo mais vasto da protecção social da população trabalhadora, será a Alemanha de Bismarck a inaugurar o Welfare State, através da promulgação dos primeiros seguros sociais obrigatórios, cobrindo a doença (1883), os acidentes de trabalho (1884), a invalidez e velhice (1889), a par de legislação mais específica sobre condições de trabalho (1889-91) (Tambouri, 1983).

As medidas tomadas pelos Governos europeus, inspiradas ou não por reformadores sociais, foram claramente motivadas por razões quer ideológicas quer políticas, ligadas à manutenção ou conquista do poder (no caso, por ex., da Inglaterra vitoriana e eduardiana, da Alemanha de Bismark, e da França do catolicismo social). Recorde-se que a influente Igreja Católica só tomaria posição sobre estas questões com a encíclica Rerum Novarum, do papa Leão XIII (1891) (Graça, 1996).

No caso dos EUA, só em 1908 é que foi promulgada a workmen's compensation law, muito embora o seu âmbito de aplicação (trabalhadores do governo federal) fosse limitado. A pouco e pouco são os diferentes estados que aprovam legislação neste domínio (por ex., New Jersey, 1911).

Em última análise, a emergência de legislação no campo da protecção social dos trabalhadores (incluindo a SH&ST) resultou de um duplo movimento: de pressão do movimento operário e sindical e de acção auto-reguladora do próprio sistema económico, político e ideológico dominante, preocupado em assegurar uma certa estabilidade social face às brutais transformações operadas pela industrialização e pelo triunfo do capitalismo liberal (por ex., decadência da aristocracia, emergência da burguesia financeira, comercial e industrial, triunfo do positivismo, explosão demográfica, urbanização, miséria da classe operária, falta de condições de higiene e de saneamento básico, falta de habitação, incidência de doenças infecto-contagiosas, riscos ligados ao trabalho fabril, conflitos sociais e políticos, crises económicas, competição internacional, criação do Estado-Nação, expansão colonial e imperialismo).

A evolução dos serviços de saúde ocupacional (em inglês, occupational health services, abreviadamente, SSO, em português) na Europa tende mais ou menos a seguir o esquema proposto por Matikaine e Rantanen (1996, pp. 42 e ss.) para o seu país, a Finlândia que é hoje, porventura, o mais avançado da União Europeia (e um dos mais avançados do mundo) em matéria de desenvolvimento da saúde ocupacional.

Numa primeira fase (1850-1950), são criados serviços médicos nalgumas empresas, industriais e não industriais, por iniciativa dos empregadores (Em Portugal, podia apontar-se o exemplo da CUF, da CP, e poucas mais, nos anos 40 e 50);

Não se pode falar especificamente em medicina do trabalho, com uma preocupação de prevenção dos riscos profissionais; nesta época eles não passam de serviços de medicina curativa ( "curative health services"), orientados para o trabalhador individual e para o diagnóstico e tratamento da doença, com um papel passivo no local de trabalho, e fundamentando-se na abordagem da clínica geral; deveriam ter igualmente acoplados postos de primeiros socorros, para atendimento das vítimas dos desastres do trabalho (como se dizia na época em Portugal).



Na II fase (1960-1980), os OHS Services tornam-se um sistema orientado para a prevenção de riscos específicos, não já ao nível do trabalhador mas da população trabalhadora, do colectivo de trabalho, de alguns grupos de risco específicos e do seu ambiente de trabalho;

A ênfase é posta nos exames médicos periódicos de vigilância e do controlo dos factores de risco ambientais; o seu papel é mais activo, mas continuam a ser medicocêntricos, se bem que mais especializados (abordagem monodisciplinar da medicina do trabalho, na maior parte dos países);

Os SSO são fundamentalmente "preventive health services" (Em Portugal, esta fase corresponde à criação dos serviços médicos da empresa para a prevenção da silicose, em 1962, e dos serviços de medicina do trabalho, em 1967, e do ensino regular da medicina do trabalho a partir de 1963 );



Na III fase (a partir de 1990), as alterações legislativas (e sobretudo as grandes mudanças que se estão a operar não só a nível da União Europeia e de cada um dos seus Estados membros mas a nível global) obrigam os serviços de saúde ocupacional a seguir uma orientação mais compreensiva da saúde dos trabalhadores, centrada na promoção da saúde e na manutenção da capacidade de trabalho (maintenance of work ability, abreviadamente MWA);

Este último conceito foi integrado na legislação finlandesa sobre SH&ST em 1994;

Em Portugal, esta fase inicia-se com o histórico acordo entre o Governo e os parceiros sociais no domínio específico da SH&ST (1991).


A nova legislação finlandesa de 1994 sobre os serviços de saúde ocupacional (SSO) vem introduzir o princípio do sistema de gestão da qualidade e da melhoria contínua da qualidade. Os SSO passam então a ser vistos sobretudo como recursos para o desenvolvimento (pessoal, profissional, organizacional e social). Como principais características poderíamos apontar as seguintes

Têm (ou devem ter) um papel activo e estruturador;

São (ou devem ser) multidisciplinares e multiprofissionais;

E estão (ou devem estar) orientados não só para os riscos específicos, como para as doenças relacionadas com o trabalho (muitas vezes com uma componente curativa), os estilos de vida do indivíduo e o seu ambiente de trabalho (tanto físico como psicossocial);

Visam (ou procuram visar), em resumo, a prevenção da doença e a promoção da saúde dos trabalhadores num contexto marcado por profundas mudanças a nível do trabalho, da empresa, da economia e da sociedade.




Para Matikainen e Rantanen (1996, p.43. Itálicos nossos), "health promotion and MWA are becoming leading elements in OHS":

"During this development, the emphasis has shifted from individual diseases and risks for compreensive health promotion and multidisciplinary implemention of the services";

"The object of the modern OHS is not only the individual worker, nor only the specific risks at the work environment, but rather all these together".


Do discurso à prática vai, no entanto, uma grande diferença e o que se passa em Portugal não é exactamente o mesmo do que se passa na Finlândia.

De qualquer modo, em 1993, na sessão do comité misto da OIT e da OMS para a saúde ocupacional, tinha-se já feito uma importante actualização, em relação à versão de 1950, da missão que devem prosseguir os serviços de SH&ST (para usarmos a redundante terminologia actualmente consagrada em Portugal):

"The main focus in occupational health is in the three different objectives:

(i) the maintenance and promotion of workers's health and working capacity;

(ii) the improvement of working environment and work to become conducive to safety and health;

and (iii) development of work organizations and working cultures in a direction which supports health and safety at work (..)" (ILO/WHO, 1950, cit. por Graça, 1999).




No caso do nosso país essa missão está consubstanciada em dois diplomas fundamentais (D.L. nº 441/91 e D.L. nº 26/94), os quais atribuem aos serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (SH&ST) a dupla missão de: (i) prevenção dos riscos profissionais; e (ii) promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores.