segunda-feira, setembro 07, 2009

"CHEFE CHATO": fator de risco!

Ninguém mais duvida de que a falta de equilíbrio dos aspectos emocionais pode levar às doenças ocupacionais e acidentes.
A vida nos dias de hoje por si só já é deveras estressante.
Empresas exemplares em prevenção de acidentes com tudo ergonomicamente lindo ainda assim podem oferecer riscos aos trabalhadores.

Muitas empresas, mesmo as mais desenvolvidas culturalmente, ainda não se deram conta que algumas pessoas no comando são verdadeiros “riscos ambientais”.

Imagine ter um indivíduo buzinando, gritando na sua orelha o dia inteiro. Não há posto de trabalho ergonomicamente perfeito que dê conta e muito menos funcionário que agüente.
São os famosos Chefes Intolerantes que se tornam intoleráveis.
Na maioria das organizações as pessoas recebem o cargo de chefia, por tempo de serviço, mas pouquíssimas empresas se preocupam em saber se esta pessoa quer ser chefe e menos ainda se seu perfil psíquico se enquadra na função.

Daí resultam os chefes que estão no cargo “na marra”, que sofrem e fazem sofrer, que não se sentem (ou não são mesmo) competentes para tal e comandam na base do famoso “chicotinho”.
Centralizam tudo, não sabem o significado de delegar e se sabem, têm medo de que sua verdadeira incompetência em liderança se torne visível.

Acabam transformando sua vida e a de seus subordinados num verdadeiro inferno.
Para tentar conter tal ocorrência as empresas investem (e muito !) nos famosos Cursos de Liderança.

Um curso pode aprimorar, lapidar conceitos, mas não consegue formar um líder. Um líder não se faz ele “nasce” líder, ou seja, todo líder é nato.

O verdadeiro líder, com a devida competência técnica, sempre pede, não precisa mandar, delega porque sabe que se alguém for tão bom quanto ele, suas chances de galgar melhores posições no organograma da empresa crescem e ele quer crescer.

Se o líder não estiver presente, tudo corre às mil maravilhas. Agora quando o “chefe” não está, nada sai.

Me divirto quando estou nas empresas e descrevo para quem está me acompanhando o perfil do chefe do setor (mesmo sem ter prévio contato), diante dos olhares incrédulos digo: Não, não sou bruxa não ! Os funcionários “dizem” tudo, sem precisar proferir uma única palavra.
É fácil perceber se no comando está um líder ou um chefe. Onde há líderes, os funcionários apresentam um semblante tranqüilo, conversam entre si, o sorriso é mais fácil, assumem uma postura mais ereta, se percebe o corpo mais relaxado, natural. Quando discutem os problemas com o líder o fazem de igual para igual, olhos nos olhos, sem medo.

Quando se tem o “chefe” os semblantes são tensos, os funcionários não conversam entre si, andam encurvados, tensos, evitam ao máximo o diálogo com o chefe, se o fazem não encaram, estão sempre em posição de fuga (pé virado em direção à saída).

Antes de “entregar” a responsabilidade de comando a qualquer indivíduo é preciso se analisar se ele quer e se está preparado emocionalmente para tal.

Quando um indivíduo ingressa na empresa uma série de testes são aplicados para verificar se ele se enquadra no contexto da empresa.

Porém, dificilmente se vê este tipo de precaução quando se cogita a ascensão de um funcionário.

Falta também se questionar os “futuros comandados” sobre o assunto, o convívio é um grande termômetro.
A competência técnica é importante mas, primordial é a qualidade de saber lidar com seres humanos.

Não há extintor de incêndio no mundo que salve o homem do “fogo interno” aquele que queima e consome “por dentro”.
Harmonia é a palavra chave do ambiente saudável e produtivo.
Mais um item a ser analisado na nossa contínua busca da prevenção plena.

e-mail: ergonomia@sylviavolpi.com.br
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