segunda-feira, setembro 07, 2009

SISTEMA DE GESTÃO

A implantação de um Sistema de Gestão – seja ele da Qualidade. do Meio Ambiente. De Segurança e Medicina do Trabalho – ou integrado – tem em comum a possibilidade de permitir aos gestores a identificação de oportunidades de melhorias nas atividades – isso de forma organizada, consistente e continua. Além disso permite uma evolução estável e sustentável visto que muitos assunto deixam o plano da informalidade e passam a ser cumpridos de maneira formal.

Os Sistemas de Gestão via de regra – até pela similaridade das normas mais usados – tem bases bastante parecidas. Na verdade o que interessa é o conceito – que por mais obvio que pareça para as cabeças mais organizadas – não é tão obvio para todos. A primeira parte de todo este processo diz respeito a CONHECER A PROPRIA REALIDADE. Este “reconhecimento” – que pode ter no meio técnico muitos nomes bonitos e as vezes complexos – deve ser seguido de um plano de ação para a adequação e é claro a definição de uma estrutura para sua consecução. Seguindo adiante devem ser definidos meios para controle e avaliação do que foi proposto e também meios para avaliação do que foi definido – visando assim a melhoria continua.

Distante de toda complexidade que se tentar dar ao assunto e tratando-a com a simplicidade que merece que a esta sejam agregados mais conhecimentos – em resumo a questão passa por 3 questões. A primeiras delas é EM QUE SITUAÇÃO ESTAMOS – e aqui encontram-se diversas informações e utiliza-se o conhecimento do especialista que saberá quais as fontes devem ser consultadas e quais os dados disponíveis podem ser úteis para permitir um panorama mais ampla e realista da situação.

A segunda questão é QUAL A SITUAÇÃO QUEREMOS E/OU NECESSITAMOS TER, interessante porque sendo a área de Segurança e Medicina do Trabalho bastante regulamentada é importante não apenas pensar em modelos ideais mas entender que tais modelos precisam conduzir ao cumprimento da legislação – vale aqui uma observação – visto que muitos dos Sistemas implantados deixam de lado esta necessidade. A formalização desta segunda fase tem inicio por uma Política bem definida e escrita – compatível com o porte da empresa e assimilável por seus empregados. Aqui também cabem os objetivos, as metas – embora com certeza a ordem em que serão encontrados ou definidos dependa muito da forma que o trabalho vem sendo organizado e desenvolvido – com isso quero dizer que embora muitos digam que é preciso ser feito aqui – talvez a prática do seu trabalho indique que não e que seja mais proveitoso desenvolver um pouco mais o Sistema – sem formaliza-lo – para depois “escrever” objetivos e metas mais consistentes.

Esta segunda questão merece atenção detalhada – repito – especialmente no sentido de direção da interpretação da realidade e definição dos meios para torna-la diferente ou formaliza-la em alguns casos. Neste ponto apenas a visão prevencionista pode trazer sérios problemas e gerar grandes exageros contribuindo para o insucesso do Sistema.

Concluindo o raciocínio chegamos então ao COMO MUDAREMOS A SITUAÇÃO E CHEGAREMOS A NOVA REALIDADE. Interessante que nesta questão estão embutidas situações práticas bastante conhecidas de nossa gente prevencionista e as vezes creio que se os termos utilizados para a divulgação e treinamento de pessoas para Sistemas de Gestão fossem mais simples os ganhos seriam imensamente maiores. Distante da coleção de “novos termos” – que na verdade definem “velhos conhecidos” – tudo ficaria mais fácil.

Aqui neste ponto estaremos a implementação do que definimos na fase anterior e assim abre-se um leque imenso de possibilidades e trabalho. No entanto é preciso que se diga que é aqui também que muitos Sistemas tem se perdido e que o trabalho as vezes até bem planejado escoa pelo ralo – levando junto com ele respeitáveis quantias em investimentos. As causas para que isso ocorra na verdade são muitas – mas entre elas a pressa e a necessidade de ter uma “certificação” são as mais comuns. Obviamente todos sabemos que mudança de cultura não se dá noite para o dia – o que se pode conseguir em curto espaço de tempo é mudança “de roupagem”.

Na verdade este é um tópico bastante interessante e que deveria chamar a atenção das instituições e pessoas que atuam na verificação de sistemas – ou seja – qual o tempo entre o inicio da implantação e a tentativa de certificação ? Seria possivel – conhecendo-se a realidade das empresas, a forma de absorção pelos recursos humanos, a disponibilidade de recursos – que o sistema tenha o tipo de maturidade alegado ?

Com certeza tais observações contribuiriam em muito para diminuir o “transformismo” que alguns apresentam como implantação de Sistemas de Gestão e haveria maior interesse em não apenas gerar papeis, banners e placas mas com certeza desenvolver um trabalho mais sério e consistente com valores empresariais e sociais inestimáveis.

Cosmo Palasio de Moraes Jr.

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