sexta-feira, julho 23, 2010

Ações de Segurança

O desenvolvimento tecnológico da humanidade além de trazer inúmeros benefícios e conforto ao homem dos tempos modernos têm exposto o trabalhador a diversos agentes potencialmente nocivos e que sob certas condições poderão provocar doenças ou desajustes no organismo das pessoas que desenvolvem suas atividades normais em variados locais de trabalho.
A higiene do trabalho, estruturada como uma ciência prevencionista, tem como objetivo fundamental atuar no ambiente de trabalho afim de detectar o tipo de agente prejudicial, qualificar sua intensidade ou concentração e tomar as medidas de controle necessárias para resguardar à saúde dos colaboradores durante toda sua vida laborativa.
Dentre as etapas de prevenção à saúde dos colaboradores de uma empresa destacam-se:


Com estes três procedimentos o Técnico de Segurança poderá estruturar seu plano de ação com ênfase na prevenção de incidentes/acidentes para que o trabalho se torne saudável em qualquer uma das etapas de produção de um estabelecimento.

Trata-se de conhecer os fatores ambientais que podem influir na saúde dos colaboradores. Isso implica no conhecimento profundo dos produtos, métodos de trabalho, processo de produção e instalações.

No processo de reconhecimento dos riscos ambientais o profissional técnico deverá realizar um estudo detalhado desde o início do processo produtivo (chegada da matéria prima), passando por todas as fases de transformação, beneficiamento ou qualquer outro processo de transformação da matéria prima que possa provocar a utilização e dispersão de produtos químicos no ambiente de trabalho. Também deverá realizar uma rigorosa análise dos métodos de trabalho realizados pelos colaboradores, suas ações, posturas, formas de atuação, etc.

Abaixo irei exemplificar a forma de realizar esta análise, claro que cada profissional tem sua própria metodologia de análise.

Estudo detalhado do processo industrial:
Estudo do processo

Matéria Prima
Aditivos
Sub-produtos
Produto final

Estudo das condições do processo

Temperatura
Fonte térmica de pressão
ManutençãoEstudo e levantamento do campo

Identificação dos possíveis riscos

Ruído
Vibrações
Agentes químicos
Radiações calor

Realizando estes procedimentos o técnico de segurança terá em mão as principais informações para realizar a próxima etapa das ações de segurança, ou seja, realizar as avaliações dos agentes de risco identificados na fase de análise ambiental, verificando se os agentes de risco estão abaixo ou acima dos limites de tolerância (no caso de agentes contemplados no Quadro I, Anexo 11 da NR-15) ou, ainda, verificando possíveis situações insalubres.

Na fase de avaliação o profissional do SESMT deverá avaliar qualitativamente (no caso de agentes de risco em que não exista como realizar avaliação quantitativa) e quantitativamente os riscos, a curto e longo prazo, através de medições das concentrações dos contaminantes ou as intensidades dos agentes físicos e comparar estes valores com os limites de tolerância.


Para isso será necessário aplicar técnicas de amostragens e análises laboratoriais, sendo as coletas feitas com aparelhos de leitura direta.

Ao mencionar Limite de Tolerância - L.T. é necessário compreender sua definição.

Definição técnica:

É a maior concentração de um agente químico ou intensidade de um agente físico a que a maioria dos trabalhadores pode estar exposta, repetitivamente, durante toda a sua vida laborativa sem sofrer efeitos adversos a sua saúde.

Definição legal:

Conforme definições da NR-15, é a concentração ou intensidade máxima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente que não causará danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.

Observações relacionadas com os limites de tolerância:
Jornada considerada: tempo em que o colaborador fica exposto aos agentes;
Proteção dos expostos: quantas pessoas estão expostas, está relacionado com a forma com que serão tomadas as ações para a proteção dos mesmos, redimencionamento de layout, quantidade de equipamentos de proteção que deverão ser adquiridos, etc.;

Atual conhecimento técnico e científico: linguagem pisicológica utilizada, estudo sobre o agente e métodos ne análise, etc.;

situações das quais não há dose resposta: não há limite de tolerância.

Avaliação ambiental

As avaliações ambientais devem seguir o seguinte esquema prático





Onde amostrar?

As amostragens devem representar fielmente a exposição dos colaboradores em seus ambientes de trabalho e/ou locais de trabalho.

Ponto de trabalho:

Todo e qualquer local que o trabalhador permaneça durante o ciclo de trabalho (é importante identificar, na fase de análise ambiental, qual ou quais os pontos de permanência do coloaborador durante o andamento do processo produtivo).

Ciclo de trabalho:

É o conjunto de atividades desenvlvidas pelo colaborador em uma sequência definida e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho.

Zona respiratória:

Região do espaço que compreende uma distância de aproximadamente 5 a 15 cm (região onde deve ser colocado o aparelho), sob influência das narinas.
Os riscos estão presentes nos locais de trabalho e em todas as demais atividades humanas, comprometendo a segurança, a saúde das pessoas e a produtividade da empresa.
Esses riscos podem afetar o trabalhador a curto, médio e longo prazo, provocando doenças e lesões ocupacionais.

Controle

O controle dos riscos consiste em controlá-los de acordo com os dados obtidos nas fases anteriores.

As medidas de controle serão efetuadas de acordo com a aplicação do método mais viável, geralmente baseado em procedimentos, normas, legislação vigente, de acordo com as restrições do processo e recursos econômicos.

Ambiente com risco potencial

(colocar aqui o esquema)

Somente a integração disciplinar entre a engenharia de segurança e medicina ocupacional, no âmbito da higiene do trabalho, podem interromper o ciclo vicioso apresentato anteriormente.


Interface e Integração

Correlação exposição/dano;Detecção de hiper suceptíveis (quando um colaborador tem uma sensibilidade expressiva a um agente de risco, tipo alergia, etc.);Validação de medidas de controle (definição de prioridades);Definições de áreas ambientais críticas (mapa de riscos);Definição de população crítica (grupo de colaboradores expostos ao mesmo risco);Detecção de sinergismo entre agentes (grupo de colaboradores expostos a diferentes agentes, porém, esses agentes provocam o mesmo tipo de doença)Acompanhamento de aclimatação (adaptar-se a temperatura ambiente);Adaptação segundo o perfil ambiente/pessoa (adaptar o homem para a máquina ou vice-versa);Definição de restrições de exposição (impedir a exposição de colaboradores a agentes expressivelmente perigosos a saúde);Treinamento (uma das melhores ferramentas para controlar e reduzir os acidentes e doenças ocupacionais).

Ainda com relação às ações para o controle dos riscos, devemos considerar os fatores que determinam a ocorrência de doênças ocupacionais, que são:
Natureza do agente: é a forma em que podem ocorrer os riscos, as vezes eles podem ficar ocultos;Tempo de exposição: tempo em que ficam expostos os colaboradores de uma empresa, setor, seção, etc., aos riscos ambientais durante a jornada de trabalho diária;Concentração do agente;Conhecer a suceptibilidade de cada indivíduo: verificar se determinado colaborador possui algum tipo de deficiência ou algum tipo de problema de saúde que aliado ao tipo de agente podem aumentar a probabilidade de danos à sua saúde e integridade física. Caso existam indivíduos no grupo que possuam essa deficiência, fazer o acompanhamento necessário afim de monitorar a saúde do colaborador e posterior solução do problema.


Medidas de controle relativas ao ambiente

Como bem sabemos, a primeira medida de controle da exposição aos agente potencialmente nocivos a saúde dos colaboradores deve ser feita no ambiente, destre as possibilidades, podem ser consideradas:
Substituição do produto: se no processo produtivo existe a necessidade de utilização de produtos químicos potencialmente nocivos à saúde humana, este deve ser substituído, sempre que possível, afim de utilizar um produto compatível ao que era utilizado, porém com menor ação nociva para o homem;Mudança ou alteração do processo produtivo ou na operação: sempre que possível, o o processo ou operação poderão ser mudados afim de torná-los menos nocivo ao homem;Enclausuramento ou barreira: este procedimento poderá ser aplicado sempre que exista contaminação por agentes nocivos de um local para outro, ou seja, um ambiente em que existam agentes de risco contaminando outro onde não existam tais agentes;Manutenção do equipamento: podemos exemplificar aqui a manutenção de máquinas ruídosas tipo compressores de ar, conforme diretrizes da NR-12, dentre outros exemplos.

Medidas de controle no indivíduo

Após esgotadas todas as tentativas de eliminação ou diminuição dos riscos no ambiente ou na sua trajetória, as ações deverão ser direcionadas no próprio indivíduo. Alguns procedimentos que destaco são:

Utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI

Protetores AuricularesÓculos de segurançaLuvasCalçado de segurançaMáscara respiratóriaProtetor facial, etc.Controle médicoExames médicosLimitação do tempo de exposiçãoTreinamento, etc.
 
Monitoramento
 
Como vimos nas ações de reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais, inúmeras ações devem ser realizadas para tornar salubre o ambiente de trabalho, preservando a integridade física e a saúde dos colaboradores em seus postos de trabalho. Mas isso não basta, é preciso realizar o monitoramento constante destas ações, seguindo fielmente o cronograma de execução de ações contidas no PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e realizar periodicamente avaliações quantitativas dos índices de exposição dos agentes nocivos com potencialidade de causarem danos substânciais à saúde dos mesmos.


Avaliação da eficácia das ações em segurança do trabalho

Deverão ser estabelecidos critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implementadas, considerando os dados obtidos nas avaliações ambientais e no controle médico previsto na NR-7. Portanto, deverão ser estipulados dispositivos que favoreçam a verificação de resultados positivos em relação às ações tomadas para promoção da saúde e bem estar no trabalho.
Deverá ser avaliado, uma vez por ano, a eficácia do PPRA e corrigidas as ações implementadas que forem consideradas ineficientes, levando-se em conta os resultados obtidos nos controles médicos e avaliações quantitativas regulares nos ambientes onde existam agentes potencialmente nocivos ao ser humano.
Deverão ser realizadas avaliações anuais, de agentes de risco, como por exemplo:

Ruído;
calor;
Agentes químicos;
Agentes biológicos.

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